Apesar da desaceleração da economia brasileira, a Unilever registrou alta de dois dígitos nas vendas no segundo trimestre no país, informou ontem o executivo-chefe global da multinacional, Paul Polman. Atrás dos Estados Unidos, o Brasil é o segundo maior mercado da fabricante anglo-holandesa de produtos de beleza, limpeza e alimentos. Em 2012, a operação comandada pelo argentino Fernando Fernandez cresceu 14%.
Polman citou, em conferência com analistas, os desempenhos no Brasil da linha de produtos para o cabelo TRESemmé, dos caldos e temperos Knorr, dos sorvetes Magnum e do negócio de lava-roupas, no qual a companhia atua com as marcas Omo, Surf e Brilhante, entre outras.
O executivo disse que a Unilever continua a ter 70% do mercado de produtos para lava-roupas no Brasil, apesar da concorrência de itens cujos preços chegam a ser 30% menores. Segundo ele, as batalhas competitivas "estão ganhas". "Nós sabemos o que fazer", afirmou.
Os países emergentes, que representam cerca de 60% da receita da Unilever, cresceram 10,3% no primeiro semestre, enquanto os países desenvolvidos recuaram 1,3%. Segundo Polman, a companhia enfrenta a perda de fôlego das economias emergentes com lançamentos e cita os novos limpadores Cif e Vim no Brasil.
Na América Latina, a receita da companhia cresceu 12,6% de janeiro a junho, com alta de 5% no volume vendido. A América do Norte, no entanto, apresentou queda de 0,9% no faturamento no período.
Segundo Polman, a desvalorização de moedas em países emergentes nos últimos meses foi maior do o esperado. "Temos que trabalhar com isso, mas o lado bom é que ter as marcas mais fortes nesses mercados nos permite lidar com isso melhor do que nossos concorrentes", afirmou. As moedas enfraquecidas em países como o Brasil produziram uma perda de 3,2% na receita da Unilever no primeiro semestre - efeito que pode se aprofundar ainda mais e chegar a 4,5% ao longo do ano.
No mundo, a receita líquida subiu apenas 0,4% na primeira metade do ano, para € 25,5 bilhões. O crescimento orgânico foi de 5%. O lucro líquido aumentou 14,3% no semestre, em relação a igual período de 2012, para € 2,43 bilhões.
Segundo o Ibope Media, a Unilever foi a companhia que mais investiu em publicidade no primeiro semestre no Brasil, ultrapassando a Casas Bahia, dez anos após ter perdido a liderança do ranking (ver tabela). De acordo com o levantamento, os gastos da multinacional (sem considerar descontos) chegou a R$ 2,24 bilhões no trimestre.
A companhia inaugura em setembro um centro de distribuição em Pouso Alegre (MG), onde já tem uma fábrica. A Unilever também anunciou este ano a construção de sua décima fábrica no país, em Aguaí (SP), prevista para 2015.
veículo: Valor Econômico