Com alta do dólar, ceia de Natal pode ficar até 20% mais cara, prevê varejo

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Supermercados já começam as encomendas. Sobem os preçosde azeites, vinho e bacalhau

 A alta do dólar, que se acentuou nas últimas semanas, deve começar a chegar aos preços dos produtos importados pelos supermercados até o final do mês. O consumidor deve se preparar para pagar mais caro também pelos itens típicos de final de ano, que em parte ainda estão sendo importados para atender à demanda das festas do Natal e do Ano Novo, caso das frutas secas, pescados e bebidas.

Supermercadistas ouvidos pelo GLOBO calculam que os repasses aos preços devem ficar entre 15% e 20% para itens importados em geral, e outros que utilizam insumos que são comprados fora do país, caso do trigo, cuja alta já está sendo repassada para os preços do pãozinho e das massas.

— Com a chegada do fim de ano e das festas, os supermercados já começam suas encomendas de produtos importados e, neste momento de alta do dólar, já pode haver elevação dos preços destes itens em relação ao ano anterior — disse Rodrigo Mariano, gerente do departamento de pesquisa e economia da Apas, associação que reúne os supermercados paulistas.

Alain Benvenuti, vice-presidente da área comercial do Walmart no Brasil, confirma que o impacto do câmbio é real e chegará aos preços. Mesmo tendo um dólar mais alto em seu planejamento e certa margem para negociar com fornecedores, o executivo diz que não será possível absorver toda a atual valorização do câmbio.

— Já imaginávamos uma flutuação grande, mas não tanto. Por isso vamos negociar com os fornecedores os descontos que forem possíveis e o resto será repassado (para os preços) — diz Benvenuti.

 

Opção por marcas locais


O Walmart trabalha também com um maior sortimento de produtos e ampliou as compras de marcas locais em segmentos como os de azeite e vinho. Os pescados e outros alimentos natalinos importados só serão comprados em setembro.

— E se o dólar subir mais 2% ou 3%, vamos ter que pagar.

A Apas estima que a inflação de alimentos e bebidas deve ficar em 7,5% este ano, meio ponto percentual acima da previsão feita antes da disparada da moeda americana. Entre os produtos que já estão tendo seus valores ajustados por conta da alta do dólar, a entidade cita azeites, vinhos, bacalhau, alguns itens de higiene e beleza, massas e pão.




Veículo: O Globo - RJ


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