Projeção da CDL-BH aponta um valor total entre R$ 3,1 bilhões e R$ 3,13 bilhões na capital mineira.
Nem mesmo o aumento da inflação ao longo deste ano e uma taxa de inadimplência de 3,59% no acumulado de janeiro a setembro devem comprometer as vendas na capital mineira para o Natal. Com base nos indicadores econômicos e nos termômetros de vendas, a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) projeta um crescimento entre 5% e 6% em dezembro, em relação ao mesmo período do ano passado. A variação deve ser a menor dos últimos quatro anos, comparável às de 2008 e 2009. Mas, ainda assim, as expectativas são positivas, com valor de vendas estimado entre R$ 3,1 bilhões e R$ 3,13 bilhões.
Segundo a economista da CDL-BH, Iracy Pimenta, as projeções de crescimento baseiam-se principalmente em indicadores econômicos como mercado de trabalho e a oferta de crédito. E que nem mesmo a alta dos preços e do dólar devem comprometer as vendas na melhor época para o comércio. No entanto, ela acredita que haverá uma ligeira mudança no comportamento do consumidor. "A pesquisa de vendas do Dia das Crianças, que funciona como um termômetro para o Natal, demonstrou que o tíquete médio deve ser mais baixo neste ano", observa.
O crescimento nominal deve ser garantido pelo alargamento no número de consumidores, sobretudo os da classe C. "Eles constituem a maior parte dos consumidores e a cada ano temos percebido a ampliação deste grupo", considera, lembrando que, em virtude do aumento de renda e da oferta de crédito, eles têm adquirido produtos de maior valor. A preocupação dos lojistas, no entanto, é quanto à capacidade de pagamento.
De acordo com Iracy, de janeiro a setembro a taxa de inadimplência no comércio varejista de Belo Horizonte chegou a 3,59%. O que, segundo ela, não é propriamente uma taxa exorbitante, "mas convém ser monitorada". Em sua avaliação, "esse resultado pode ser atribuído a uma certa falta de planejamento financeiro, mas, principalmente, à inflação".
Renda comprometida - O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), chegou a 5,86% nos últimos 12 meses e a 3,79% no acumulado do ano. "Neste ano os consumidores estão enfrentando maiores dificuldades para quitar suas dívidas e para resgatar o nome junto ao Serviço de Proteção ao Crédito (SPC)", observa. Muitos já comprometeram seus rendimentos. Pesquisa feita pela CDL-BH com 404 consumidores entre os últimos dias 2 e 16 apurou que 46,13% têm a renda comprometida com financiamentos ou empréstimos.
Embora a CDL-BH esteja satisfeita com a projeção de crescimento para dezembro deste ano, entre 5% e 6%, a alta será uma das menores dos últimos seis anos. Em 2012, o incremento chegou a 7,66%. Em 2011, foi de 6,09% e, em 2010, alcançou 10,4%. O aumento previsto para este ano pode ser comparado aos resultados de 2008 e 2009, com variações positivas de 5,6% e 6,1%, respectivamente. Em 2007, a taxa de crescimento foi a melhor desde 2001, alcançando 15,6% na comparação com 2006, que, no entanto, teve uma base mais baixa, de 2,8%, em relação a 2005.
Veículo: Diário do Comércio - MG