Fecomércio prevê alta de 4% nas vendas do Natal

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Economista atribui expansão ao momento do mercado de trabalho



A Fecomércio-RS prevê crescimento de 4% nas vendas do Natal neste ano no Estado. A estimativa é resultado da Pesquisa de Final de Ano 2013, realizada pela entidade e divulgada ontem. Para a pesquisa, foram entrevistados consumidores das principais cidades de cada macrorregião do Estado: Santa Maria, Porto Alegre, Caxias do Sul, Ijuí e Pelotas.

Apesar da previsão de aumento nas vendas, a percepção dos gaúchos é de que seus gastos no Natal de 2013 sejam iguais aos do ano anterior. Para o economista Lucas Schifino, da Fecomércio-RS, o crescimento sustenta-se principalmente sobre o bom momento do mercado de trabalho no Estado, que registrou taxa de desemprego de apenas 3% em outubro, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

“Tem mais gente comprando”, diz Schifino. “O principal motivador é o mercado de trabalho. Temos mais pessoas empregadas esse ano do que tinha no mesmo período de 2012”, acrescenta. Segundo ele, outro fator positivo relacionado ao mercado de trabalho é o aumento da massa salarial dos trabalhadores, que cresceu 6,1% entre novembro de 2012 e outubro deste ano.

O presidente da Fecomércio-RS, Zildo De Marchi, acredita que o resultado pode ser ainda melhor. “Sabemos que, no momento de efetivar as compras, grande parte acaba gastando mais do que o imaginado inicialmente”, destaca.

A entidade entende que, confirmada a previsão, o Natal de 2013 será bom, ainda que esse resultado seja menor que o observado em anos anteriores. Segundo Schifino, alguns fatores negativos impedem um crescimento maior. “Ao longo de todo o ano, o varejo vem crescendo menos. Isso se deve à inflação um pouco mais elevada ao longo dos últimos meses, que arrefece a renda real ao aumento de juros, que leva à expansão mais lenta do crédito e à depreciação cambial, com a elevação do dólar, que afeta o preço dos importados”, avalia.

Ainda de acordo com a pesquisa, o número médio de presentes adquiridos será de 5,3 unidades por consumidor, sendo que as mulheres comprarão, em média, 5,7 unidades; e os homens, 4,6 unidades. O gasto médio deverá ser de R$ 478,73 – muito parecido com o que foi gasto no Natal do ano passado. Nesse quesito, os homens pretendem gastar R$ 477,24, enquanto as mulheres gastarão R$ 479,63 – o que mostra que elas comprarão presentes mais baratos.

A Fecomércio verificou ainda que a classe alta deverá ter um gasto de R$ 704,93, e a classe baixa gastará, em média, R$ 296,14. A classe média gastará, em média, R$ 422,99. O valor médio do presente nesta Natal deve ser de R$ 92,74.

Os presentes mais procurados seguem a linha de anos anteriores, despontando na preferência itens de vestuário (65,4%), seguido por brinquedos (46,5%) e calçados (25,2%). Dentre os locais de compra, os mais citados são as lojas dos centros das cidades (74,0%).

Ainda segundo a pesquisa, 67,3% pretendem realizar compras à vista. Daqueles que recebem 13º salário (61,3%), os principais destinos dessa remuneração serão o pagamento de contas do mês (47,9%), a formação de poupança (43,6%) e a compra de presentes (41,9%).
Compras natalinas pela internet devem crescer 25% neste ano

As compras eletrônicas relacionadas ao Natal devem movimentar R$ 3,85 bilhões, segundo estimativas da E-bit, empresa especializada em comércio eletrônico. A expectativa representa um crescimento nominal (sem descontar a inflação) de 25% na comparação com o mesmo período de 2012, quando o faturamento foi de R$ 3,06 bilhões.

Entre 15 de novembro e 24 de dezembro, 10,3 milhões de compras devem ser feitas via internet. O tíquete médio estimado é de R$ 368,00. “O Natal é a data sazonal mais importante para o e-commerce e corresponde a um valor entre 15% e 20% do total das vendas do ano. Com a Black Friday, prevemos um peso ainda maior”, afirmou o diretor-geral da E-bit, Pedro Guasti, referindo-se à quarta edição da Black Friday Brasil, que começa nesta sexta-feira e vai até domingo.

Itens da categoria moda e acessórios devem ser os mais vendidos no Natal, seguidos por eletrodomésticos; telefonia/celulares; casa e decoração; saúde, cosméticos e perfumaria; e informática. Guasti reforça que a realização da Black Friday deve ser importante para que os consumidores antecipem as compras, principalmente no comércio eletrônico.
Consumidor buscou mais crédito em outubro

A procura do consumidor por crédito subiu 2,3% em outubro na comparação com setembro, considerando o ajuste sazonal, segundo a Boa Vista Serviços, administradora do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC).

No acumulado do ano até outubro, o indicador registra queda de 0,1% na comparação com o mesmo período de 2012. Já quando observada a procura por crédito no período de 12 meses encerrados em outubro, houve aumento de 0,2% ante os 12 meses terminados no mesmo período do ano passado.
Em outubro ante setembro, a busca por crédito cresceu nas instituições financeiras e não financeiras 2,6% e 2,1%, respectivamente. Nos últimos 12 meses, o setor financeiro teve retração de 0,8%. Já o setor não financeiro registrou alta de 1,1%.
Número de famílias brasileiras endividadas sobe em novembro, mostra pesquisa da CNC

O percentual de famílias brasileiras que disseram ter dívidas chegou a 63,2% no mês de novembro de 2013, contra 62,1% em outubro e 59% em novembro do ano passado. As dívidas incluem cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro e seguro. Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) divulgada ontem pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

O aumento, contudo, não se deu em todos os níveis de endividamento. A proporção das famílias que se declararam muito endividadas, por exemplo, caiu entre os meses de outubro e novembro de 2013 - de 12,6% para 12,1% do total de famílias. Em relação a igual mês de 2012, houve estabilidade nesse indicador.

Já a parcela dos que se declaram “mais ou menos” endividados passou para 22,9%, de 23,3% em outubro de 2013 e 19,6% em novembro do ano passado. Enquanto isso, as famílias pouco endividadas aumentaram para 28,1% do total neste mês, contra 26,2% em outubro e 27,4% em novembro de 2012.

Apesar do aumento na parcela das famílias endividadas, o percentual daquelas que têm dívidas ou contas em atraso recuou para 21,2% em novembro, ante 21,6% no mês passado. A fatia, contudo, ainda é maior do que os 21% observados em novembro do ano passado.

Conforme o levantamento realizado pela CNC, ainda entre as famílias endividadas, a parcela média da renda comprometida com dívidas diminuiu para 29,1%, contra 30,2% em novembro do ano passado. O percentual de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso, e que, portanto, permaneceriam inadimplentes, apresentou redução nas duas comparações. Em novembro de 2013, essa parcela respondeu por 6,6% das famílias, ante 7,3% em outubro e 6,8% em novembro de 2012.

De acordo com a CNC, os ganhos com o décimo-terceiro salário podem ter influenciado o resultado, que também demonstrou melhora na projeção das famílias em relação a sua capacidade de pagar débitos em atraso.



Veículo: Jornal do Comércio - RS


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