Índice que reajusta aluguéis reduz ritmo de crescimento

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O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), que recuou de 0,86% em outubro para 0,29% em novembro, deve continuar em desaceleração em dezembro, disse ontem, o coordenador dos IGPs da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros. "Não há novas pressões se formando, porém pode haver uma perturbação no indicador em decorrência do reajuste dos combustíveis", alertou. Ele afirmou que o IGP-M do próximo mês dificilmente vai ultrapassar os 0,68% registrados em dezembro de 2012. "Além disso, se não houver alteração no preço dos combustíveis, a taxa em 12 meses deve fechar o ano um pouco abaixo dos 5,6% verificados até novembro", afirmou.

Entre os três indicadores que compõem o IGP-M, o Índice de Preços ao Produtor Amplo - Mercado (IPA-M) recuou de 1,09% em outubro para 0,17% em novembro. O Índice de Preços ao Consumidor - Mercado (IPC-M) subiu de 0,43% para 0,65%.

Quadros afirmou que o indicador pode ter chegado em um pico e deve retroceder. Entre os grupos que compõem o IPC, ele citou que vê possibilidades de recuo de Alimentação e Habitação. "A Alimentação deve ficar mais próxima de 0,63% (resultado apurado em outubro) que do 0,93% de novembro". O economista destacou que, dentro do IPC, a carne bovina passou de 2,47% em outubro para 1,30% neste mês e que o preços dos bovinos, dentro do IPA, também caiu, de 3,8% para 0,75%. "Esse recuo no IPA sugere que deve haver uma baixa maior no IPC do próximo mês", disse.

O Índice Nacional de Custo da Construção - Mercado (INCC-M) desacelerou de 0,33% para 0,27%. A variação acumulada do IGP-M em 2013 é de 4,88%, enquanto a taxa acumulada em 12 meses até novembro é de 5,60%.

Os preços dos produtos agropecuários no atacado caíram 0,06% em novembro, após registrarem alta de 0,49% em outubro. Os preços de produtos industriais avançaram 0,25% ante alta de 1,32% no mês anterior.

Os preços dos bens intermediários recuaram 0,06% em novembro ante avanço de 0,70% em outubro. Os dos bens finais tiveram alta de 0,02%, ante aceleração de 0,76% em igual período. Já os preços das matérias-primas brutas subiram 0,60% em novembro, após avanço de 1,95% no mês anterior. Em 12 meses, o indicador acumula aceleração de 5,22% e, no ano, de 4,47%.

Os principais responsáveis pela desaceleração do grupo matérias-primas brutas foram os itens minério de ferro (6,81% para 2,06%), aves (3,27% para -6,16%) e bovinos (3,80% para 0,75%). Contudo, sofreram acelerações em itens como soja em grão (0,60% para 2,53%), milho em grão (-2,53% para 2,34%) e pedra britada (-1,96% para -0,03%).

O principal responsável por movimentar Bens Intermediários foi o subgrupo materiais e componentes para a manufatura, com queda de 1,04% para 0,01%. O índice de Bens Intermediários (ex), calculado após a exclusão do subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, variou -0,08%, ante 0,73% em outubro.

A desaceleração do item bens finais foi impulsionada pelo subgrupo alimentos processados, cuja taxa de variação passou de 2,25% para 0,51%. Excluindo-se os subgrupos alimentos in natura e combustíveis, o índice de Bens Finais (ex) registrou variação de 0,28%, ante 1,22% registrada em outubro.

As maiores influências negativas no IPA de novembro se referem às aves (3,27% para -6,16%), ovos (-7,08% para -8,86%), café em grão (-8,86% para -9,81%), trigo (0,70% para -9,06%) e farelo de soja (2,33% para -1,18%).

Segundo Quadros, o trigo vivenciou um período de insuficiência de produção e quebra de safra, o que fez que apresentasse uma alta considerável do ano passado para cá. O economista lembra que, mesmo com a queda de 9,06%, o trigo acumula alta de 30,19% em 12 meses. "No entanto, da mesma forma que a soja, o trigo tem uma boa perspectiva de normalização de oferta". Segundo ele, embora não na mesma intensidade, a baixa deve chegar ao consumidor em um ou dois meses, pelo curto ciclo de produção.

Já as principais influências positivas vieram da soja em grão (0,60% para 2,53%), do minério de ferro (6,81% para 2,06%), tomate (25,47% para 24,18%), suínos (10,72% para 6,32%) e milho em grão (-2,53% para 2,34%).Quadros disse, ainda, que não via nenhum efeito remanescente do câmbio no resultado do IGP-M divulgado ontem. Segundo ele, esse efeito já foi todo absorvido e, inclusive, a alta do dólar registrada nos últimos dias "é mais oscilação do que movimento claro de desvalorização do real".



Veículo: DCI


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