Crise faz consumidor aumentar temor por dívida de longo prazo

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Os consumidores paulistanos estão menos propensos a se endividarem a longo prazo. Ao menos dois terços dos consumidores devem comprar à vista. Cláudio Felisoni de Angelo, coordenador do Programa de Administração do Varejo (Provar), da Fundação Instituto de Administração (FIA), afirma que o consumidor prioriza despesas com: alimentação, habitação, vestuário, transportes, saúde e educação. "Tirando estas prioridades, o que sobra é 19% do orçamento, utilizado para outros gastos como pagamentos de juros. Porém, o consumidor não quer comprometer mais do que 8,1% desta fatia em crediário. Os outros 11,57% não são comprometidos, pois há o temor de perder o emprego. Este fato pesa mais que a taxa de juros na hora de gastar. Se manutenção do emprego estiver garantida ele faz mais parcelas e consome".

 

Outro item observado na pesquisa - 70% dos entrevistados ganham menos de R$ 1,4 mil por mês - é que houve uma queda na intenção consumidores que pretendem ir às compras no primeiro trimestre. No último trimestre de 2008, esse o índice era de 26,2% e neste trimestre subiu para 33, 4%. "Este movimento de alta pode ser sazonal, pois, em um cenário otimista, os consumidores compraram em dezembro os dez itens pesquisados e não deverão consumi-los no trimestre. O segundo olhar e mais provável, é que este movimento já é um reflexo da crise. O consumidor perdeu a confiança e a intenção de compra cairá."

 

As categorias que apresentaram a maior redução na intenção de compra no primeiro trimestre em relação ao último de 2008 foram eletrônicos (-38,2%), informática (-31,8%), telefonia celular (-39,6%) e móveis (-10,9%). Já os produtos com elevação na intenção de compra, na mesma base de comparação, foram eletroportáteis (30,8%), cama, mesa e banho (30%), linha branca (15,2%), automóveis (12,9%), material de construção (10,5%) e cine e foto (6,2%).

 

O levantamento apontou também a intenção de gastos dos consumidores o primeiro período do ano. As categorias de linha branca (geladeiras, fogões, lavadoras e micro-ondas) e automóveis foram as únicas a registrar aumento no valor a ser disponibilizado para o consumo em relação ao quarto trimestre, com alta de 26,9%, para R$ 1,4 mil, e 14,3%, para R$ 22,2 mil, respectivamente.

 

Veículo: DCI


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