A crise financeira internacional não foi suficiente para abalar a confiança dos brasileiros nas empresas. Pelo contrário: a confiança aumentou. Segundo o Estudo Anual de Confiança da Edelman, organização internacional da área de relações públicas, a credibilidade que os brasileiros depositam nas companhias aumentou de 61% (2008) para 67% (2009). Assim, as companhias passaram a ocupar o primeiro lugar entre as instituições na preferência da população nacional - no ano passado, o posto era ocupado pela imprensa.
Em sua décima edição, o estudo foi realizado entre novembro e dezembro de 2008 a partir de entrevistas por telefone com 4.475 pessoas em 20 países. Os resultados da edição deste ano foram apresentados durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos.
O trabalho mostra que a credibilidade nas empresas é maior nos países emergentes, na comparação com os mercados desenvolvidos. Na América do Norte, por exemplo, o índice de confiança é de 37%, enquanto na União Europeia é de 43%. Nos países do BRIC, a porcentagem é de 63% e na Ásia-Pacífico, 57%. A América Latina igualmente apresenta um bom índice de credibilidade (69%).
Governo
Outro dado importante do estudo é o de que a confiança do brasileiro no governo praticamente dobrou em relação ao estudo anterior. Em 2009, o índice é de 43%, enquanto em 2008 foi de 22%. "Isso pode ser explicado pelo bom momento econômico do País no ano passado. Em 2008, registrou-se o menor índice de desemprego desde 2002, a economia cresceu muito e as reservas cambiais estavam elevadas", analisa Ronaldo Mincheff, presidente da Edelman no Brasil.
Embora menor que a média computada no conjunto dos Bric ( 55%), deve-se destacar, além do aumento substancial da credibilidade do governo, o fato de o dado ser superior ao de países como EUA (30%) e França (34%).
Como aponta Mincheff, as mudanças mais significativas entre a edição anterior do estudo e atual se deram nos países do coração do capitalismo, justamente os que estão no olho do furacão da crise. "Nos EUA, a confiança nas empresas despencou, o que se explica pelo agravamento da crise internacional.
Veículo: Gazeta Mercantil