Clima no varejo da Capital é de incerteza, mas há quem espere alta de até 20% em relação ao ano anterior
Faltando menos de um mês para a Páscoa, os maiores mercados da capital mineira têm expectativas bastante divergentes em relação à data. Para alguns, o avanço da inflação e o fraco desempenho da economia desestimulam o consumidor a gastar. Em contrapartida, há quem aposte em obras de revitalização e renovação do mix de lojas para atrair a clientela, o que motiva estimativas mais ambiciosas, com alta de até 20% em relação ao ano anterior.
No Mercado Central, o clima é de incerteza. Segundo o superintendente, Luiz Carlos Braga, a previsão é que o desempenho seja semelhante ao de 2013. "Caso seja registrado algum crescimento, acredito que ele será bem tímido, entre 3% e 5%", explica. Ele atribui o tom pessimista ao medo da recessão e elevado nível de endividamento das famílias. Ao contrário de outras datas comemorativas, desta vez o espaço não vai investir em promoções e outras estratégias mais agressivas de divulgação para alavancar o movimento.
Braga acrescenta que os resultados do primeiro trimestre deste exercício, sobretudo entre janeiro e fevereiro, não foram muito favoráveis, sendo que uma reação começou a ser observada apenas em março. Ao longo dos últimos anos, o mercado investiu em constantes melhorias, entre elas reforço na sinalização e recapeamento do estacionamento. Até o final de 2014, o projeto de ampliação do estacionamento, orçado em R$ 75 milhões, deve começar a ser executado. Quando finalizado, serão disponibilizadas 600 novas vagas aos clientes. A previsão é que ele seja inaugurado até 2018.
Feira - Quem vende na Feira dos Produtores, no bairro Cidade Nova (região Nordeste), acredita que o potencial da data pode ajudar a reverter o cenário negativo observado durante o primeiro trimestre, intervalo durante o qual a retração das vendas foi de 5% no confronto com o desempenho de 2013. "A inflação já começa a pesar no bolso do consumidor, que começa a rever os seus gastos. Porém, acredito que ele vai voltar a freqüentar a feira em busca de produtos típicos do período, como bacalhau, azeites, azeitonas e chocolates com maior qualidade", esclarece o diretor-presidente, Robson Vieira.
A estratégia do estabelecimento para atrair um volume maior de clientes ainda inclui reformas e revitalizações. Após modificar a fachada, banheiros e passeio do entorno, o próximo foco também é a ampliação do estacionamento, que passar a contar com mais 140 vagas, o dobro da capacidade atual. As obras começam imediatamente após a Copa do Mundo e devem ser finalizadas até meados de novembro. O aporte total é de R$ 800 mil.
Otimismo - O Mercado Distrital do Cruzeiro, que fica em bairro homônimo da região Centro-Sul, é mais otimista e projeta crescimento de 20% nas vendas de produtos típicos da Semana Santa em relação ao ano anterior. Segundo a presidente da Associação dos Comerciantes do Mercado Distrital do Cruzeiro (Acomec), Josiane Simas, sete operações começaram a funcionar recentemente no local, o que diversificou o mix e ajudou a atrair um público ainda mais qualificado.
As reformas no Mercado começaram há dois anos e, desde então, foram feitas mudanças no piso, instalações elétricas e hidráulicas, portarias e acessos. Os próximos passos incluem melhorias no estacionamento e banheiro, que devem concluídas até o final deste ano. A principal preocupação, de acordo com a presidente da Acomec, é não alterar as características originais do local.
Veículo: Diário do Comércio - MG