Vendas: Um bom maio para o comércio

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Maio foi um mês bom para o comércio: as vendas à vista e a prazo cresceram a uma taxa média de 8,4% sobre igual mês de 2013, segundo Balanço de Vendas da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), elaborado pelo Instituto de Economia da entidade. Os responsáveis pelo movimento do mês passado foram o maior número de dias úteis, as vendas de televisores e smartphones para a Copa do Mundo, de presentes para as mães e de roupas de inverno.

"A queda da temperatura na segunda quinzena de maio impulsionou as vendas da moda Outono-Inverno e, com isso, o ICH (Indicador de Movimento de Cheques), que mede as vendas à vista, registrou avanço de 10,3% ante maio de 2013", afirma Rogério Amato, presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp). As vendas à vista tiveram um avanço de 45,1% sobre o mês de abril, o que indica que a maioria dos presentes para as mães não foram parcelados. "Isso revela que os consumidores optaram por comprar, para as mães, itens de uso pessoal e à vista – é o caso dos produtos de perfumaria", acrescenta Amato.

Sem novas prestações


Para Emilio Alfieri, economista da ACSP, o resultado de maio sobre abril também reflete a comparação com um mês de base fraca por causa dos dois dias úteis a menos daquele mês, em razão do feriado da Semana Santa.

O crescimento das vendas à vista mostra um consumidor mais cauteloso na hora de fazer novas dívidas e que, por isso, opta pela compra de itens de menor valor. Por outro lado, ele tem uma renda em crescimento. "Reflete também uma melhora na massa salarial e no incremento de programas de transferência de renda como o Bolsa Família. Ele ganha mais, mas quer pagar à vista", afirma o economista.

As incertezas em relação ao combate à inflação reforçam, ainda, um sentimento de baixa confiança do consumidor para assumir novas prestações. Por isso, as vendas a prazo medidas pelo Indicador de Movimento do Comércio a Prazo (IMC) cresceram 6,5% em maio sobre igual mês de 2013, puxadas pelo comércio de televisores e smartphones, em linha com a Copa do Mundo.

"O efeito Copa pode ser sentido, mas a expectativa era de um impulso maior", afirma Alfieri. Além disso, neste ano, maio teve um dia útil adicional na comparação com o mesmo mês de 2013. O economista ainda lembra que as vendas desses eletrônicos, já comuns em épocas de Copa, podem ter sido estimuladas pelas manifestações. "Muita gente deve querer assistir em casa", afirma. Na comparação com abril, que teve dois dias úteis a menos por causa dos feriados, o avanço nas vendas parceladas foi de 12,4% em maio.

Inadimplência menor

No acumulado de janeiro a maio, o crescimento médio das vendas à vista e a prazo foi de 3%, na comparação com o mesmo período do ano passado. O resultado é considerado ainda morno, diante da média histórica dos últimos 50 anos, que é de 6% ao ano. "É um ritmo moderado, já esperado, considerando as medidas de combate à inflação. Está dentro da expectativa", diz o presidente da ACSP.

Na janela de janeiro a maio deste ano, o maior crescimento ocorreu nas operações à vista, com alta de 3,5%, na comparação com as vendas parceladas, que subiram 2,5%. Alfieri diz que o ritmo de crescimento das vendas ainda passará por volatilidade, pois em junho haverá o feriado de Corpus Christi e também muitas manifestações programadas contra a Copa do Mundo.

Para Amato, o resultado poderia ser melhor por se tratar de um ano de Copa do Mundo, que costuma aquecer mais o comércio. Para se ter uma idéia, o passado esclarece: na última Copa do Mundo, em 2010, a média do incremento nas vendas à vista e a prazo foi de 9,25% no ano.

Um dado positivo foi à queda de 10,2% da inadimplência em maio sobre abril. Na comparação com maio do ano passado, o Indicador de Registro de Inadimplentes (o IRI) recuou 2,9%. Já a recuperação de crédito, que mostra os cancelamentos de dívidas, caiu 4,4% na comparação com abril e subiu 0,6% sobre maio de 2013. Os dados do Balanço de Vendas da ACSP são feitos a partir de amostra fornecida pela Boa Vista Serviços.



Veículo: Diário do Comércio - SP


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