O Dia dos Namorados deve movimentar na capital mineira entre R$ 2,15 bilhões e R$ 2,18 bilhões no setor de comércio e serviços, o que significará crescimento real entre 1% a 2,5% na comparação com o mesmo período do ano passado. A previsão é da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), que realizou pesquisa com empresários no período de 12 a 23 de maio. A inflação e as incertezas econômicas levarão o consumidor a gastar menos e a dividir o pagamento.
De acordo com a pesquisa, os lojistas estão menos otimistas. Para 39%, as vendas ficarão nos mesmos patamares apurados no ano passado, enquanto 32% apostam em dias melhores e 29% projetam alguma piora. Entre os principais motivos para uma eventual queda nas vendas está a inflação, apontada por 21,53% dos empresários.
Outros 18,75% acreditam que a Copa do Mundo deve prejudicar os negócios e 17,36% alegam a queda do poder de compra dos consumidores. A desaceleração da economia foi apontada por 13,9% dos lojistas, enquanto 11,81% indicam as altas taxas de juros; 7,64% a inadimplência, 7,64% o desemprego. Em conjunto, eleições, impostos e manifestações foram indicados por 2,08% dos empresários e somente 0,69% não atribuíram um fator específico para uma eventual queda nas vendas.
Entre os lojistas que acreditam em melhoria nas vendas, 39,5% indicam como motivo o crédito para pessoas físicas, 26,04% não atribui o incremento a qualquer fator, enquanto 20,83% apostam na Copa do Mundo; 13,54% em menores taxas de desemprego e 1,04% em menores taxas de juros.
"A Copa pode favorecer alguns setores como o de eletroeletrônicos e comidas e bebidas. Mas para setores como o da construção civil, por exemplo, não é esperado incremento. Há, inclusive, o receio das manifestações", observa a economista da CDL-BH Iracy Pimenta.
Inflação - Segundo ela, a renda dos consumidores está sendo corroída pela inflação e alta dos juros, e isso já tem sido percebido pelos lojistas. No Dia dos Namorados do ano passado, o crescimento foi de apenas 0,22% na comparação com o mesmo período de 2012 que, por sua vez, apresentou crescimento de 4,37% em relação a 2011. "No ano passado é que o consumidor começou a sentir a pressão da inflação e, por isso, o recuo foi maior. Este ano, espera-se que ele esteja mais habituado, sabendo administrar melhor a situação", observa.
Embora este ano as expectativas sejam melhores do que o resultado do Dia dos Namorados do ano passado, Iracy observa que, mesmo assim, as vendas serão moderadas. "A maioria vai comprar produtos de até R$ 100 reais e ainda vai parcelar em três vezes".
Veículo: Diário do Comércio - MG