O Dia das Mães e a Copa do Mundo ajudaram o comércio varejista a voltar ao azul em maio. Houve aumento na procura por móveis, eletrodomésticos, televisores, equipamentos de informática e outros possíveis presentes para as mães. O setor registrou crescimento de 0,5% nas vendas em relação a abril, num movimento disseminado, que alcançou todas as atividades pesquisadas, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado surpreendeu positivamente, mas não reverte a seqüência de quedas registradas nos três meses anteriores. "Eu diria que a gente precisa esperar mais algumas divulgações para fazer uma avaliação. O comércio é muito volátil", explicou Juliana Vasconcellos, gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE.
O aumento no volume vendido pode ter sido pontual. "Em junho, por causa da realização da Copa e dos feriados todos, embora alguns setores tenham sido beneficiados, as vendas no geral devem ter uma retração", previu o economista Thiago Biscuola, da RC Consultores.
Expectativa - A tendência para o ano ainda é moderação no consumo, avaliam analistas. Em 12 meses, a taxa de crescimento acumulada no varejo ficou em 4,9%. "Não dá para crescermos mais 9% ao ano, como anteriormente. As famílias estão mais endividadas, a renda está crescendo menos, a geração de vagas está mais fraca. Então o varejo está buscando essa nova taxa de crescimento, de 4,5% ao ano", apontou Biscuola.
Na passagem de maio para abril, o arrefecimento no ritmo de aumento dos preços dos alimentos ajudou os supermercados, enquanto o Mundial elevou a demanda por televisores, e a busca por presentes para as mães aumentaram as vendas de móveis e eletrodomésticos, informou o IBGE. Mas a Confederação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) credita o crescimento geral do varejo à perda de fôlego da inflação. Os preços médios do setor aumentaram 0,5% no mês, contra uma alta de 0,9% registrada nos meses de março e abril, calculou a CNC.
O varejo ampliado não acompanhou o bom desempenho. As vendas recuaram 0,3% em maio ante abril, puxadas pela retração de 1,9% no segmento de automóveis. Em comparação a maio de 2013, a queda na atividade de veículos chegou a 6,3% (AE).
Veículo: Diário do Comércio - MG