A América Latina entrou em 2009 com níveis baixos de confiança tanto sobre a situação econômica presente, quanto futura, e boa parte dos países da região vive um período caracterizado como recessivo.
De acordo com levantamento feito em conjunto pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e o instituto alemão Ifo, o Índice de Clima Econômico (ICE) da região atingiu 2,9 pontos em janeiro, o menor nível da série histórica iniciada em janeiro de 1990.
Na comparação com o levantamento anterior, feita em outubro de 2008, houve uma piora "acentuada" das avaliações sobre a situação presente e futura.
A pesquisa para elaboração do ICE é feita trimestralmente com especialistas nas economias dos países pesquisados. Em janeiro, foram consultados 137 especialistas em 16 países.
Entre outubro do ano passado e janeiro deste ano, o índice de confiança caiu em nove das 11 principais economias da América Latina, incluindo o Brasil.
"A avaliação sobre a situação atual piorou significativamente em relação a outubro, com deteriorações mais expressivas no Brasil, Paraguai e Equador", afirmou a FGV em comunicado.
No caso do Brasil, o índice que mede a avaliação da situação econômica atual caiu de 7,3 para 4,7 pontos, abaixo portanto da marca de 5 pontos, que separa as avaliações positiva e negativa.
"Com exceção de Peru e Uruguai, as outras economias da região estariam, em janeiro de 2009, em períodos caracterizados como recessivos, segundo os critérios da pesquisa", afirmou a FGV.
Considerando as perspectivas futuras, o quadro traçado pela pesquisa também não é alentador, uma vez que o índice de expectativas da região reflete um "maior grau de pessimismo" que o da média mundial.
Ainda assim, algumas economias dão sinais de que algum tipo de recuperação do ambiente econômico pode acontecer ao longo dos próximos meses.
"Excetuando-se Uruguai e Argentina, os especialistas dos outros países do Cone Sul do continente já vislumbram a possibilidade de alguma melhora do ambiente econômico ao final do primeiro semestre de 2009, uma situação compartilhada, em nível mundial, com a Europa Ocidental e alguns dos países emergentes do Leste e Sudeste asiáticos", mostrou a FGV. No Brasil, por exemplo, o índice de expectativas passou de 2,7 pontos, em outubro, para 3,1 pontos, em janeiro.
Veículo: Gazeta Mercantil