O crédito começou o ano com números negativos. Levantamento sobre empréstimos referente a janeiro, divulgado ontem pelo Banco Central, mostrou que houve uma queda de 0,2% nos recursos livres no mês, saindo de R$ 872 bilhões em dezembro do ano passado, para R$ 870 bilhões em janeiro deste ano.
As operações com pessoas jurídicas foram decisivas para esta queda, já que houve recuo no saldo de 1,4% em relação a dezembro, passando de R$ 477,6 bilhões, para R$ 470,8 bilhões no total.
O saldo total dos créditos concedidos pelo sistema bancário com recursos livres e direcionados somou R$ 1,2 trilhão, com uma variação de apenas 0,2% com relação a dezembro. O saldo positivo de 1,1% nos recursos direcionados, de R$ 355,4 bilhões para R$ 359,4 bilhões, evitou que a variação do saldo total no mês fechasse em patamar negativo. "O que puxou a queda nos recursos livres foi recurso total externo em crédito referencial para taxa de juros", afirma Alcides Leite, professor de Economia da Trevisan Escola de Negócios.
Para José Eduardo Amato Balian, professor do departamento de Economia da ESPM, esta queda é pequena, ainda não se deve chamar de queda, mas de "não- -crescimento". A solução teria de vir do próprio Banco Central. "Acredito que a solução mais eficaz seria uma diminuição da taxa de juros. O BC tem de deixar um pouco de lado a inflação e pensar mais no desenvolvimento econômico do País", explica ele.
Embora positiva, a taxa representa um movimento decrescente em relação ao último trimestre de 2008: dezembro apresentou variação de 1,6% em relação a novembro, mês que havia registrado 2,8% na equiparação a outubro; período que, por sua vez, quando comparado a setembro, apresentou ascensão de 3,8%.
Os resultados impactaram diretamente sobre a relação crédito/PIB, que apresentou crescimento de janeiro (34,2% do PIB) a dezembro de 2008 (41,1% do PIB), mas permaneceu praticamente estagnada em janeiro (41,2% do PIB).
No caso de pessoas jurídicas, as taxas de juros continuaram a subir, passando de 30,7% ao ano - média de dezembro - para 31%, em janeiro deste ano.
Os prazos dos financiamentos também pioraram para os tomadores de crédito. O processo para pessoas jurídicas, que, no início de novembro, apresentava prazo médio de 310 dias, passou para 297 dias em janeiro. Nas operações com pessoas físicas o prazo médio caiu de 491 para 484 dias.
O aumento da inadimplência também comprometeu a qualidade do crédito em janeiro. Considerados os atrasos superiores a noventa dias, foi registrada elevação de 0,2 pontos percentuais na passagem de dezembro para janeiro na inadimplência de pessoa jurídica, ficando em 2%.
"As grandes empresas operavam com recursos do exterior, e com a chegada da crise financeira, que trouxe o encarecimento cambial, as companhias brasileiras passaram a conseguir crédito no Brasil. Isto fez com que faltasse crédito para pequenas e médias empresas, que puxaram esta elevação da inadimplência", afirma José Eduardo.
Na inadimplência de pessoas físicas, houve um incremento de 0,2 pontos percentuais na comparação entre janeiro e dezembro. O aumento foi de 8% para 8,3% entre dezembro e janeiro - o maior nível desde novembro de 2004 (12,9%). Já o índice para pessoas jurídicas saltou de 1,8% em dezembro, para 2% em janeiro - mesmo patamar registrado em fevereiro de 2008.
"A alta da inadimplência foi baixa perto do cenário de crise financeira que vivemos. Esta crise não afetou tanto o Brasil, acredito que o pior já passou. O Brasil vem saindo muito bem deste momento de dificuldade", diz Leite.
José Eduardo acrescenta que neste momento é preciso ter calma para não ocorrerem demissões em massa, que podem afetar ainda mais a nossa economia.
Depois de meses de crescimento ininterrupto, o saldo de crédito com recursos dos próprios bancos, chamados de "livres", registrou queda em janeiro. Em relação a dezembro, houve recuo de R$ 2 bilhões, ou 0,2%, nesses recursos, saindo de R$ 872 bilhões para R$ 870 bilhões em janeiro. As operações com pessoas jurídicas caíram mais, porque houve recuo no saldo de 1,4% em relação a dezembro, passando de R$ 477,6 bilhões, para R$ 470,8 bilhões, uma queda de R$ 6,8 bilhões.
O saldo total dos créditos concedidos pelo sistema bancário com recursos livres e direcionados somou R$ 1,2 trilhão, com uma variação de apenas 0,2% com relação a dezembro. O saldo positivo de 1,1% nos recursos direcionados, de R$ 355,4 bilhões para R$ 359,4 bilhões, evitou que a variação do saldo total no mês fechasse em patamar negativo.
Os resultados impactaram diretamente sobre a relação crédito/PIB, que apresentou crescimento de janeiro (34,2% do PIB) a dezembro de 2008 (41,1% do PIB), mas permaneceu praticamente estagnada em janeiro (41,2% do PIB).
No caso de pessoas jurídicas, as taxas de juros continuaram a subir, passando de 30,7% ao ano - média em dezembro -, para 31%, em janeiro deste ano.
O Banco do Brasil reabriu a linha de crédito FAT Giro Setorial. A linha de crédito foi criada pelo Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat) para suprir as necessidades de capital de giro. Os empréstimos são corrigidos pela Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), acrescida de 11,206% ao ano, o que corresponde a uma taxa efetiva de 1,4% ao mês. As concessionárias beneficiadas serão obrigadas a manter os empregos durante a vigência do contrato, que tem um prazo máximo de 24 meses e valor de até R$ 200 mil.
Veículo: DCI