Maior temor dos empresários é que Brasil não supere a crise

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Mais da metade (54%) dos comerciantes e prestadores de serviços brasileiros teme que o País não supere a crise econômica em 2016, aponta uma pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).

O medo de a recessão se prolongar aparece à frente de outras opções relacionadas ao negócio do empresário, como o risco de não conseguir pagar as dívidas (38%), ser assaltado ou vítima de violência (38%) e ser obrigado a fechar a empresa (37%).

Quando questionados sobre o problema brasileiro mais importante a ser resolvido neste ano, a crise econômica também lidera a lista de opções ao lado da corrupção, ambos com 69% de menções.

Outros problemas apontados pelos empresários brasileiros são os impostos elevados (65%), a inflação (49%), a falta de vontade política (40%) e a violência (39%).

A percepção de que as condições do País se deteriorem ao longo do ano passado é ponto comum entre os comerciantes e prestadores de serviços sondados no levantamento. Para 75% dos entrevistados o ano de 2015 foi pior para a economia do que 2014.

Apenas 5% dos empresários notaram que o cenário melhorou e outros 16% disseram que não houve alteração. O índice de entrevistados com percepção negativa supera o percentual de 70% em todas as regiões pesquisadas, mas cai para 53% entre os empresários do Nordeste.

Em meio ao ambiente de baixa confiança, a situação financeira das empresas também piorou na opinião de 54% dos entrevistados. Mais da metade deles (52%) disse que a piora decorreu do aumento dos preços de itens como matéria-prima, mercadoria e transporte, que diminuiu a margem de lucro, da redução do número de clientes (51%) e do aumento da inadimplência (22%). De acordo com a pesquisa, 75% dos empresários viram as empresas parceiras e concorrentes fecharem as portas neste último ano.

"A atual situação da economia brasileira tem gerado um círculo vicioso, difícil de interromper. Como a inflação e as taxas de juros estão altas, as vendas caem e as empresas empregam e investem menos", analisou o presidente da CNDL, Honório Pinheiro.

"Os efeitos negativos são percebidos nas quedas das vendas no varejo e na produção industrial. Dessa forma, temos queda de confiança tanto do empresário, quanto do consumidor. Esse resultado se traduz em inadimplência de ambas as partes, como os recentes indicadores têm apontado", completou.

Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, o momento é de otimizar custos e processos e se aproximar do cliente. "As projeções dos analistas econômicos apontam para uma queda do PIB [Produto Interno Bruto] superior a 2,5% em 2016. E se os ajustes propostos pela equipe econômica do governo não forem aprovados ou postos em prática, a situação ainda pode se agravar", avaliou a economista.

 



Veículo: Jornal DCI


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