Apesar do recuo, principal índice acionário do País tem ganho acumulado de 20% neste ano.
A Bovespa fechou ontem com o seu principal índice em leve queda, após sessão volátil, no primeiro pregão depois de a Câmara dos Deputados aprovar a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
O Ibovespa caiu 0,63%, a 52.894 pontos. Na máxima, subiu 0,5%, e, na mínima, caiu 1,7%. O volume financeiro do pregão somou R$ 11,4 bilhões, inflado pelo exercício de opções, que totalizou R$ 3,657 bilhões.
O recuo ocorre após o índice de referência do mercado acionário brasileiro acumular alta de 5,8% na semana passada. O ganho acumulado em 2016 supera 20%.
O desempenho da bolsa paulista neste início de semana foi marcado por realização de lucros e pelo vencimento dos contratos opções sobre ações, tendo como pano de fundo o avanço das bolsas norte-americanas e direção mista nos preços de commodities.
A Câmara aprovou no domingo o prosseguimento do processo de impeachment por 367 votos favoráveis - ante os 342 necessários. Caberá agora ao Senado decidir se referenda a decisão da Câmara e, em caso positivo, julgar a presidente.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que o calendário e a composição da comissão de impeachment no Senado serão definidos em reunião de líderes na manhã de hoje.
Profissionais da área de renda variável explicaram o recuo citando o tradicional “sobe no boato e realiza no fato” para explicar o declínio do Ibovespa, uma vez que, embora positivo, o resultado na Câmara era em grande parte esperado no mercado.
No exterior, a segunda-feira começou pressionada pelo forte recuo dos preços do petróleo, após os produtores da commodity não terem conseguido alcançar um acordo em Doha, no domingo, para congelar a produção. Wall Street, porém, passou para o azul ainda no final da manhã e fechou em alta, em meio à repercussão favorável dos resultados trimestrais da fabricante de brinquedos Hasbro e do conglomerado Disney.
Destaques - A Petrobras (PETR4.SA) fechou com as preferenciais em queda de 4,64%, com a fraqueza do petróleo endossando realização de lucros, após as ações da petroleira avançarem mais de 17% na semana passada.
O Banco do Brasil (BBAS3.SA) caiu 2,73%, após sessão volátil, com um movimento de realização de lucros após a alta acumulada na semana passada de 8,6%. Também passaram por ajustes Itaú Unibanco (ITUB4.SA), com queda de 0,73%, e Bradesco (BBDC4.SA), com baixa de 0,53%.
A Vale (VALE5.SA) encerrou com as preferenciais em alta de 1,96%, revertendo fraqueza inicial, em sessão de alta dos preços do minério de ferro na China, que também ajudou CSN (CSNA3.SA), que subiu 1,51%.
Com o aumento de capital de R$ 1 bilhão, aprovado ontem em assembleia de acionistas, com emissão de 200 milhões de novas ações ordinárias, os papéis da Usiminas (USIM5) recuaram 1,43%. Os papéis ordinários (USIM3), que não estão no Ibovespa, caíram 0,45%.
Ainda entre os destaques do pregão está Lojas Americanas (LAME4), que tombou 6,01%, liderando as perdas do Ibovespa, e devolveu boa parte do ganho de 7,5% acumulado na sequência de quatro altas até a última sexta-feira.
As ações da Suzano Papel e Celulose (SUZB5) avançaram 4,47% capitaneando os ganhos do setor de papel e celulose e do Ibovespa, diante da forte valorização dólar frente ao real por causa da atuação do Banco Central.
Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG