Mercado estima corte na Selic

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                                    Perspectivas de analistas consultados pelo BC são de uma taxa de 13,75% a partir de outubro.

O mercado financeiro aprofundou a expectativa de corte da Selic em outubro - atualmente está em 14,25% ao ano. De acordo com a abertura do Relatório de Mercado Focus, a mediana das previsões para os juros básicos nesse mês passou de 14% para 13,75% ao ano, o que significa a estimativa de um corte de 0,50 ponto porcentual e não mais de 0,25 pp em outubro. Até esse mês, os participantes do levantamento apostam na estabilidade da taxa.

Na reunião seguinte do Comitê de Política Monetária (Copom), a última do ano, a projeção dos analistas do setor privado mostrou-se dividida, como já havia apontado a pesquisa geral. A mediana está em 13,38%, o que significa uma divisão entre apostas da Selic em 13,25% ao ano e em 13,50% aa.

Com isso, o primeiro encontro do colegiado em 2017 deverá promover um novo corte da Selic, dessa vez para 13% ao ano, segundo cálculos dos economistas de mercado. A estimativa anterior para o período estava em 13,25% ao ano. Já para fevereiro, a mediana passou de 13% para 12,75% ao ano e, para março, se manteve nesse patamar.

Em abril, a mediana passou de 12,63% para 12,50% e, para maio, cedeu de 12,50% para 12,25% ao ano. No caso de junho, julho e agosto, houve estabilidade das previsões em 12,25% aa e, para setembro, a taxa ficou inalterada em 12,00%. Este é o último mês em que há abertura das previsões no levantamento do BC. A pesquisa conta com projeções mensais para 2017 porque o BC ainda não divulgou o calendário das reuniões do Copom do ano que vem.

Inflação - O mercado financeiro acentuou a queda das previsões para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2017. Na semana passada, após dois meses de estabilidade, houve recuo das estimativas de 6,00% para 5,95% e, agora, para 5,93%. Essas mudanças foram registradas pelo Relatório de Mercado Focus, que o Banco Central divulgou ontem. As coletas foram feitas até a sexta-feira da semana passada, ou seja, antes do início do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados.

Pelos cálculos do BC, a inflação do ano que vem subirá 4,9% e 5,4%, respectivamente pelo cenário de referência e de mercado, traçado no Relatório Trimestral de Inflação de março. O teto da meta de 2017 é 6,00%.

Também em tendência de declínio, houve recuo pela sexta vez seguida das expectativas para o IPCA deste ano. A mediana das estimativas no documento passou de 7,14% para 7,08% nesta semana. Há um mês, estava em 7,43%. Este novo patamar ainda está acima das novas previsões apresentadas pelo BC no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de março. Pelo cenário de referência da instituição, o IPCA subirá 6,6% este ano e, pelo de mercado, 6,9%. Todas as previsões - do mercado e do governo - estão acima do teto da meta de 2016, de 6,50%.

Entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do índice no médio prazo, denominadas Top 5, não houve alterações das medianas para este ou o próximo ano. Para 2016, seguiram em 7,06% e, para 2017, em 6,20%. Quatro semanas atrás, essas estimativas eram de, respectivamente, 7,46% e 6,20%.

A inflação suavizada 12 meses a frente também teve leve recuo, passando de 6,43% para 6,38% de uma semana para outra - há um mês, estava em 6,60%. Para o curto prazo, houve ajuste pontual. Para abril, a mediana das previsões saiu de 0,60% para 0,59% de uma semana para a outra - quatro edições atrás, estava em 0,63%. No caso de maio, a taxa permaneceu em 0,50% ante taxa idêntica prevista um mês atrás.

Preços administrados - As projeções do mercado financeiro para os preços administrados não sofreram qualquer alteração no Relatório de Mercado Focus. Vilões da inflação de 2015, ao avançarem 18,07%, a expectativa para 2016 permaneceu em 7,20% de uma semana para a outra, o mesmo patamar de um mês atrás.

No caso de 2017, a mediana das expectativas continuou em 5,70%, onde já se encontrava uma semana antes. No levantamento de um mês atrás, estava em 5,58%. O BC conta com forte desinflação desse segmento este ano para levar o IPCA para o intervalo de 4,5% a 6,5%. A expectativa do BC é a de que, apenas no primeiro semestre deste ano haja uma desinflação de 2 pontos percentuais da inflação.

 



Veículo: Jornal Diário do Comério - MG


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