Depois de oito quedas seguidas, os analistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central (BC) voltaram a elevar a previsão para a inflação deste ano. O relatório Focus divulgado ontem indicou que o IPCA deve fechar o ano em 7%. Na semana passada, a expectativa era que a taxa ficasse e, 6,94%. Por outro lado, após 15 reduções consecutivas na previsão para o desempenho da economia em 2016, o boletim melhorou levemente a projeção, passando de recuo de 3,89% para 3,86%.
De acordo com o levantamento semanal do BC, a inflação oficial deve encerrar mais um ano acima da meta do governo, que é de 4,5%, podendo variar dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Na sexta-feira, o IBGE divulgou que a inflação o fechou abril em 0,61% - a menor taxa para o mês desde 2013. Nos 12 meses encerrados em abril, a taxa ficou em 9,28% - menor resultado nessa comparação desde junho de 2015, quando foi de 8,89%. Nos quatro primeiros meses de 2016, o IPCA ficou em 3,25%.
Para 2017, os analistas reduziram a taxa prevista pela quinta semana seguida, passando de 5,72% para 5,62%. O resultado previsto para o ano que vem está dentro do limite estipulado pelo governo, que é de 6%, já que a margem de tolerância foi reduzida de dois pontos para cima ou para baixo para 1,5 ponto.
A pequena elevação da expectativa de inflação deste ano ocorreu apesar da redução do valor previsto para o dólar em dezembro. Foi a segunda queda consecutiva, passando de R$ 3,72 para R$ 3,70. Para o ano que vem, a cotação prevista também recuou pela segunda semana seguida, de R$ 3,91 para R$ 3,90.
A taxa básica de juros prevista para o fim deste ano passou de 13,25% para 13%. Atualmente, a Selic está em 14,25% ao ano. Já para o ano que vem, a taxa foi mantida em 11,75%.
Em relação ao desempenho da economia, pela primeira vez após 15 quedas seguidas, os analistas previram um leve respiro. Em vez de queda de 3,89% no PIB deste ano, ele agora acreditam que o tombo será de 3,86%. Já para o ano que vem, o Focus indica que a terceira elevação seguida, passando de 0,40% para 0,50%.
Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG