O mercado financeiro doméstico iniciou a segunda-feira (9) de mau humor, influenciado pelo cenário externo desfavorável. Por volta das 12h, a notícia de que o presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA) decidiu anular o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff fez o dólar disparar quase 5%, para a casa dos R$ 3,67, e o Ibovespa cair até 3,5%, abaixo dos 50.000 pontos.
Os investidores foram se acalmando à medida de que ganhava força a avaliação de que a decisão de Maranhão não prosperaria. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), anunciou mais tarde em plenário sua decisão de ignorar o ato do presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), de anular o processo
Entretanto, segundo analistas e operadores, a cautela nos negócios deve predominar pelo menos até a votação do processo de impeachment no plenário do Senado. O dólar comercial fechou em alta, na faixa dos R$ 3,52, e o Ibovespa caiu 1,41%.
“Foi um susto, mas logo os negócios foram voltando à normalidade, já que ninguém no mercado acreditava que a anulação do impeachment iria adiante”, comenta um operador.
Após bater a mínima de 49.907,77 pontos (-3,50%), o Ibovespa fechou em baixa de 1,41%, aos 50.990,06 pontos. O giro financeiro foi de R$ 7,9 bilhões. O índice foi pressionado pelas ações de Vale, Petrobras e siderúrgicas. O motivo foram os dados ruins da balança comercial da China e o recuo no preço das commodities.
Os papéis PNA da Vale caíram 8,65%, a R$ 12,35, e os ON, -9,77%, a R$ 15,23, influenciados pela queda do minério de ferro no mercado internacional. O minério de ferro entregue em Qingdao, na China, caiu 5,66% para US$ 54,99 a tonelada.
Entre as siderúrgicas, CSN ON caiu 10,05%; Gerdau PN, -6,12%; e Usiminas PNA, -9,01%.
As ações PN da Petrobras perderam 5,95%, a R$ 9,48, e as ON, -6,65%, a R$ 12,07. Em Londres, o petróleo Brent recuava 3,86%, a US$ 43,62 o barril; em Nova York, o petróleo tipo WTI caía 2,73%, a US$ 43,44 o barril.
Dólar - O dólar comercial, que avançou até 4,90%, a R$ 3,6770, terminou em alta de 0,54%, a R$ 3,5240. O dólar à vista -que na máxima da sessão chegou a subir 4,75%, a R$ 3,6755- fechou com ganho de 1,43%, a R$ 3,5590.
Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG