Baixa no Estado é a menos intensa entre unidades federativas e inferior à média nacional
A comercialização do varejo em Minas Gerais recuou 0,4% em agosto frente a julho, na série com ajuste sazonal, segundo a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A baixa observada no Estado foi a menos intensa entre as unidades federativas e inferior à média nacional, que registrou queda de 0,6%.
De acordo com a analista do IBGE Minas, Cláudia Pinelli, de maneira geral, os desempenhos do comércio varejista têm sido afetados pelo cenário econômico em todo o País. E, no caso do Estado, embora tenham chegado a dar sinais de que poderiam estar recuperando certa estabilidade, voltaram a cair nos últimos dois meses.
“O cenário econômico, especialmente a situação das famílias brasileiras, tem provocado e sustentado esta situação. Com o aumento do desemprego e o corte na renda das pessoas, não há como o comércio se desenvolver”, explica.
Cláudia Pinelli chama atenção para os resultados nas demais bases comparativas. Os números de agosto de 2016 em relação aos de agosto de 2015 representam baixa de 1% em Minas Gerais, sendo o menor recuo do País, mais uma vez. Diante desse resultado, o nível de atividade do comércio mineiro ainda encontra-se 5,8% abaixo do ponto máximo da série, verificado em novembro de 2014.
No acumulado do ano até o oitavo mês, o comércio mineiro recuou 9,2%, enquanto o nacional -13,6%. Já os resultados acumulados em 12 meses evidenciam a perda de dinamismo da atividade ao longo do tempo, com quedas de 1,5% em Minas Gerais e 6,7% no Brasil.
“Tamanhas são as perdas registradas até aqui, que nem mesmo o tradicional período de aquecimento das vendas – o Natal – será capaz de reverter este cenário neste exercício”, comenta.
Na análise mensal, dos oito segmentos avaliados, cinco registraram decréscimo nas vendas no Estado. O destaque ocorreu no grupo de tecidos, vestuário e calçados, que teve baixa de 14,1% em agosto deste ano contra o mesmo período de 2015, seguido por livros, jornais, revistas e papelaria, com baixa de 11,9%.
Na outra ponta, equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação apresentou a maior alta: 10,5%. Logo em seguida, apareceram as categorias de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, com aumento de 6,3%, e outros artigos de uso pessoal e doméstico (6%). “Esses grupos têm colaborado para que o resultado de Minas supere os do restante do Brasil”, diz a analista.
Variações negativas - No diagnóstico do comércio varejista ampliado, que conta com todos os setores pesquisados, incluindo veículos, motocicletas, partes e peças, além de material de construção, tanto o Estado quanto o País apresentaram variações negativas em todas as bases de comparação. Em agosto deste ano, frente ao mesmo mês do exercício passado, os resultados foram de -4,8% para Minas e -7,7% para o Brasil. Já nos primeiros oito meses, foram: -5,3% e -9,3%, e, nos últimos 12 meses, -6,1% e -10,2%, respectivamente.
Fonte: Jornal Diário do Comércio de Minas