Economistas rejeitam retração do PIB do País prevista pelo FMI

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O Brasil ira se contrair 1,3% em 2009 e terá em 2010 recuperação e, consequentemente, uma expansão de 2,2%, segundo as previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI) apresentadas no relatório semestral Perspectivas Econômicas Mundiais, que também prevê que a economia mundial entrou em uma recessão severa e irá se retrair 1,3% este ano.

 

Para a América Latina, o Fundo prevê retração de 1,5% este ano e crescimento de 1,6% em 2010. No entanto, de acordo com o estudo divulgado em janeiro, o FMI projetou um crescimento global de 0,5% e de 1,1% para a América Latina, incluindo o Brasil, mas dois meses depois alertou que a economia do planeta poderia inverter para o território negativo.

 

Ao observar estas perspectivas, Mauro Calil, educador financeiro do Centro de Estudos Calil &Calil, disse que não acredita nas expectativas do FMI e afirmou que a previsão do Banco Central brasileiro é mais conservadora e realista, uma vez, que projeta um crescimento entre 2% e 3% do Produto Interno Bruto (PIB) para 2009.
"O Brasil tem muita pressão de demanda, só liberar um pouco o crédito ou abaixar impostos que a população vai as lojas comprar. Além do peso das exportações em nosso PIB ser na faixa dos 20%, o que é pouco se comparado com outros países como o Japão. Nós vamos exportar menos, mas temos nas commodities vantagens muito grandes", explicou Calil.

 

Após o corte em sua projeção, o economista-chefe do FMI, Olivier Blanchard, disse que movimentos opostos afetam a economia mundial, de um lado, a queda na confiança e na demanda influenciam negativamente na atividade e de outro, as medidas de estímulo dos governos e mecanismos naturais de estabilização tentam impulsionar a economia.
"Não é um momento de complacência e a necessidade de políticas fortes, é mais crítica do que nunca. Com tais políticas em curso, existe uma luz no fim de um longo túnel", declarou Blanchard.

 

O economista comentou que o mundo pode ter crescimento no fim de 2009 e o desemprego pode começar a diminuir no fim de 2010 e pediu ação enérgica para impulsionar uma recuperação.
As revisões para a perspectiva global decorrem das hipóteses de que os mercados financeiros vão demorar mais que o inicialmente esperado para se estabilizar.

 

De acordo com a instituição, os mercados interbancários continuam registrando instabilidade e o diferencial está muito acima dos níveis normais, enquanto o mercado de renda variável ainda registra uma queda de 40% do valor que experimentou durante seu auge, indica o FMI.
Calil acrescentou que "os pedidos de bens de capital caíram, o que representa uma queda nos investimentos, contudo, nosso parque é capaz de produzir sem novos e grandes investimentos."

 

O professor disse ainda que as previsões do FMI devem afetar "menos significativamente" o Brasil, uma vez que é o primeiro país a sair da crise, ao menos na recuperação do mercado de capitais. "A maior entrada no fluxo de capital. O dinheiro dos governos chegou aos bancos", acrescenta.
Com relação ao desemprego, ele se disse pessimista, e fez projeções em torno de 7% e 9% "temos muita capacidade ociosa e o primeiro passo deve ser resolver esse conjunto ocioso, depois devemos investir em novas contratações." Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) cairá 0,9% em 2009 e 0,1% em 2010, uma vez que há redução de impostos.

 

Veículo: DCI


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