Mantega já vê sinais de desaceleração

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Ministro diz que alguns setores mostram perda de ritmo

 

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, avaliou ontem que o resultado da política industrial de julho, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi positivo. Mas anunciou que o governo tem indicadores de alguns setores que começam a registrar desaceleração de suas atividades. O ministro, no entanto, não quis antecipar quais setores seriam.

 

Mantega ressaltou que a taxa de crescimento do crédito, que estava próxima de 30% ano, deve cair para uma faixa de 15% a 20%, sem mencionar quando isso ocorrerá. “Estamos combatendo a inflação, mas mantendo o ritmo de crescimento”, disse. “Tomamos medidas para reduzir um pouco o crescimento do País, que estava muito acelerado”, acrescentou. O intuito, segundo ele, é o de manter a expansão da atividade, mas de forma moderada e sustentada. “Já notamos uma redução no volume do crédito e isso deve moderar a demanda e levar o PIB a crescer entre 4,5% a 5%, o que é desejável.”

 

As declarações foram feitas após o seminário “O Brasil que queremos ser”, em comemoração aos 40 anos da revista Veja.

 

INFLAÇÃO

 

O ministro ainda afirmou que a inflação já está sendo debelada no País. “Todos os índices estão caindo mês a mês. Estamos muito satisfeitos.” De acordo com ele, a desaceleração da inflação significa que a meta de 4,5% determinada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para este e os próximos dois anos “é correta, é adequada”. Mantega citou a pesquisa semanal Focus, do mercado financeiro, que prevê uma taxa inferior a 6,5% para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano, abaixo do teto da meta.

 

“Isso é importante em um ano em que houve inflação planetária e crise financeira mundial.” Ele lembrou que os demais países que adotam regime de metas de inflação já ultrapassaram seus alvos. “Estamos muito bem.” Ele evitou comentar se a inflação do próximo ano convergirá para o centro da meta no primeiro ou no segundo semestre de 2009. “Quem cuida disso é o Banco Central.”

 


Veículo: O Estado de S.Paulo


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