O mercado melhorou a previsão sobre o desempenho da economia do país para este ano. Os economistas consultados pelo Banco Central na pesquisa semanal Focus reduziram pela segunda vez consecutiva a expectativa de queda do Produto Interno Bruto (PIB) para 2009, mesmo que a estimativa ainda seja de retração da soma das riquezas produzidas no País. A aposta agora é de uma redução de 0,30% no PIB. Há duas semanas, a previsão era de queda de 0,49% e na semana passada de recuo de 0,39%. Apesar do ajuste, a expectativa do mercado está bem abaixo da estimativa do governo, que prevê crescimento de 2%, de acordo com os dados do Orçamento Geral da União.
O crescimento do PIB em patamares mais robustos só deve ocorrer no ano que vem. Para 2010, a estimativa de crescimento do PIB foi mantida em 3,5%. As previsões para os juros se mantiveram iguais às projeções da semana passada e para a inflação e de outros indicadores do desempenho da economia a variação foi pequena.
A pesquisa desta semana não trouxe mudanças para a taxa básica de juros no fim do ano. Foi a primeira sondagem depois que o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) reduziu a Selic em um ponto percentual em sua reunião de abril de 11,25% para 10,25% ao ano e foi mantida a expectativa de redução em mais um ponto percentual até o fim deste ano.
A previsão do mercado é de que a taxa deva chegar no final do ano a 9,25%. Os cerca de cem agentes consultados pelo BC esperam que o Copom corte a Selic em 0,75% na próxima reunião em junho, para 9,50% ao ano, e depois façam outro corte de 0,25 ponto percentual no encontro de julho, para 9,25% ao ano, segundo o levantamento realizado pelo Banco Central.
Para o PIB Industrial também houve melhora nas previsões. Os analistas avaliam que o tombo da produção industrial será menor, e alteraram a estimativa de queda de 4% para 3,84% neste ano. Para o déficit em conta corrente que mostra todas as operações do Brasil com o exterior, a estimativa passou de US$ 19,5 bilhões para US$ 19 bilhões neste ano. Em 2010, a previsão teve redução de US$ 23,55 bilhões para US$ 22,5 bilhões.
A previsão para o dólar no fim deste ano caiu de R$ 2,25 para R$ 2,20. A estimativa para o saldo da balança comercial subiu de US$ 16 bilhões para US$ 17 bilhões. Para os investimentos estrangeiros diretos, a expectativa ficou no mesmo patamar da semana anterior, com aporte de US$ 22 bilhões. A previsão para a relação dívida/PIB passou de 37,17% para 37,45%.
As previsões de inflação também mudaram pouco em relação à pesquisa da semana passada. Para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) a previsão ficou em 4,30%. A meta central de inflação oficial é de 4,5%, podendo ultrapassar em 2 pontos percentuais esse patamar e chegar a 6,5% no intervalo de tolerância, o chamado teto da meta.
A expectativa do mercado para o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) caiu de 2,05% para 2,01%; para o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) passou de 1,99% para 2,07% e para o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômica (Fipe), variou de 4,35% para 4,33%.
Veículo: Gazeta Mercantil