Índice de confiança sobe 4,1%

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O humor do consumidor voltou a mostrar os mesmos níveis apurados antes do agravamento da crise, em setembro do ano passado. O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) subiu 4,1% em junho ante maio, após alta de 2,2% no mês passado, na mais intensa elevação da série histórica, iniciada em 2005. Para o coordenador do Núcleo de Pesquisas e Análises Econômicas da Fundação Getulio Vargas (FGV), Aloísio Campelo, a melhora nas intenções de compra do consumidor indica uma recuperação do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre.

 

Para o economista, isso pode representar um resultado positivo ou próximo de zero para o PIB, ante o primeiro trimestre do ano. De janeiro a março, houve queda de 0,8% em relação ao quarto trimestre de 2008. "Não podemos nos esquecer que o consumo das famílias representa 60% do PIB. O consumidor está mais seguro para voltar a comprar", afirmou o economista.

 

Cálculo. O cálculo do ICC foi feito com base em entrevistas em mais de 2.000 domicílios, entre os dias 29 de maio e 19 de junho. O índice é dividido em dois indicadores: o Índice de Situação Atual (ISA), que apresentou alta de 5,3% em junho, e de 2,7% em maio; e o Índice de Expectativas (IE), que apurou aumento de 4,4% este mês, depois da alta de 2,3% em maio.

 

A melhora na confiança do consumidor em junho foi comandada por famílias de maior poder aquisitivo, moradoras de São Paulo. Somente entre as famílias com ganhos mensais acima de R$ 9.600, o ICC subiu 6,7% em junho ante maio. Por sua vez, somente na cidade de São Paulo houve alta de 6,2% no índice de confiança, na mesma comparação.

 

"Precisamos nos lembrar que a crise contou com uma origem financeira", disse, explicando que a capital paulista conta com grande parte das famílias de maior poder aquisitivo do País, e que aplicam na Bolsa de Valores. Todas as respostas usadas para cálculo do ICC indicaram melhora em relação a maio.

 

Porém, o quesito que mais pesou no saldo positivo foi o de expectativas quanto aos rumos futuros da economia nos próximos meses. A parcela dos entrevistados que apostam em melhora na situação da economia local nos próximos seis meses subiu de 28,3% para 30,9%, de maio para junho. Já o porcentual dos que projetam piora caiu de 18,4% para 14,8%, no mesmo período.

 

Cenário. O cenário positivo é fundamentado por vários fatores: a percepção de melhora, por parte do consumidor, do mercado de trabalho como um todo; a sensação de inflação mais baixa e com estimativas de redução para os próximos meses, e a expectativa de novas reduções de juros.

 

Isso ajudou a elevar de 13,6% para 14,5%, de maio para junho, a fatia dos consumidores que preveem mais gastos com compra de bens duráveis nos próximos meses. Ao mesmo tempo, subiu de 29,4% para 31,8% o porcentual de pesquisados que projetam melhora em sua situação financeira familiar, nos próximos seis meses.

 


Veículo: Jornal do Commercio - RJ


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