Levantamento divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou expansão de 1,7% no volume de vendas do comércio varejista no mês de junho em relação a maio, com ajuste sazonal, após alta de 0,4% no mês anterior. No semestre, a expansão foi de 4,4%, e em 12 meses, de 6,2%. O varejo ampliado, que inclui vendas de veículos e materiais de construção, também cresceu mais do que no mês de maio, com variação de 6,5% ante 4,9% no quinto mês do ano. No semestre, o segmento registrou ampliação de 3,9%, e em 12 meses, alta de 5%.
De acordo com Reinaldo Pereira, economista da coordenação de serviços e comércio do IBGE, a melhora na oferta de crédito permitiu que setores de bens duráveis, mais afetados pela crise, registrassem melhora no ritmo de vendas. O setor de móveis e eletrodomésticos, por exemplo, teve aumento de 3,3% nas vendas frente a maio. "Se for verdadeira a tese de que o fundo do poço passou, a tendência é de aumento da oferta de crédito e que isso repercuta no comércio varejista de forma positiva daqui para frente" , frisou Pereira. "Temos indícios de que há melhora nas atividades mais sensíveis ao crédito", acrescentou o economista.
Em junho, na comparação com maio, metade dos setores tiveram aceleração no ritmo de crescimento. O segmento de hipermercados e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo cresceu 0,9% em junho, após 0,2% em maio. Em tecidos, vestuário e calçados, a alta foi de 10,1%, após queda de 2,5%. Móveis e eletrodomésticos registraram alta de 3,3% , após aumento de 0,7%.
Também cresceram os setores de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (alta de 15,6% ante queda de 10,7%) e veículos, motos, partes e peças (alta de 11,1% ante 10,6% em maio).
Registraram desaceleração combustíveis e lubrificantes (queda de 2,7% após alta de 1,5%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (queda de 0,1% após alta de 0,8%), livros, jornais, revistas e papelaria (retração de 0,7% após alta de 2,1%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (alta de 2,7% ante 3,2% em maio) e material de construção (queda de 1,9% após alta de 3,9%). "O reflexo da redução do IPI na construção é mais demorado", observou Pereira.
Em relação ao desempenho de setembro de 2008, sete dos dez setores analisados pelo IBGE apresentaram crescimento no índice de desempenho. O índice do comércio varejista subiu 3,45 pontos nesse intervalo, para 145,69 pontos, e o varejo ampliado teve elevação de 8,06 pontos, para 166,47 (ver gráfico). (Colaborou Cibelle Bouças, de São Paulo)
Veículo: Valor Econômico