Para CEOs, retomada da economia não vai ser liderada pelo Brasil

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Embora haja um consenso de que o Brasil foi um dos países menos afetados com a crise e de que a economia já dá sinais de recuperação, a maioria dos CEOs, tanto brasileiros como estrangeiros, não acredita que o país estará à frente do processo de retomada. Um estudo com 500 comandantes de empresas de 45 países realizado pela Cook International em parceria com a InterSearch, rede de empresas de recrutamento de executivos representada pela Mariaca, mostra que, na opinião dos gestores, a economia global voltará a crescer com mais força no primeiro semestre de 2010. A Ásia, porém, será a grande responsável por isso, seguida de América do Norte e Europa.

 

"A China continuou registrando resultados positivos até mesmo durante a recessão mundial. É uma região muito forte atualmente e é natural que atraia a atenção dos CEOs", afirma Patrícia Epperlein, sócia-diretora da Mariaca e membro do conselho executivo da InterSearch.

 

De acordo com ela, mesmo sofrendo com os impactos da crise, Estados Unidos e Europa são players tradicionais nos negócios, possuem sólidas estruturas e transmitem uma confiança que os países da América Latina ainda não conseguem.

 

Tecnologia e bens de consumo são os setores mais cotados na opinião dos CEOs para liderar essa retomada. "Os investimentos em tecnologia não pararam, especialmente na parte de infraestrutura", diz. "Na verdade, eles até aumentaram na crise, pois a tecnologia ajuda as empresas a conseguirem soluções mais eficientes e com menos custo. Além disso, os países emergentes têm um grande mercado na área, com uma classe consumidora de poder aquisitivo maior do que no passado", complementa Patrícia.

 

Quando a retomada ganhar força, os CEOs entrevistados já sabem onde acontecerá o maior número de contratações: nas áreas de inovação e vendas. De acordo com a especialista, esse é um movimento típico pós-crise. "Na turbulência, a preocupação dos gestores se volta para funções financeiras com corte de custos e maior controle do orçamento. Depois, o foco passa a ser a área comercial, pois é o momento de a empresa voltar a crescer. Isso só se torna possível quando ela lança produtos e aumenta as vendas", afirma.

 

Como consequência, a área de atendimento ao consumidor também abrirá vagas. "Novos produtos e mais clientes exigem a ampliação da equipe treinada para atender os consumidores nos diversos canais de comunicação da companhia", diz.
 


Veículo: Valor Econômico


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