Endividamento em SP vai a 49% com o aumento do crédito

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O endividamento das famílias paulistanas voltou a crescer no mês de agosto. Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio), o índice de endividamento subiu de 46% em julho para 49% em agosto. Acompanhando o avanço do crédito, a inadimplência também cresceu.

 

O total de famílias que têm contas cujo pagamento está em atraso alcançou 19% em agosto, ante os 17% apurados em julho. O número contraria a trajetória declinante observada nos meses anteriores: 1% em maio, 20% em junho e 17% em julho.

 

A quantidade de famílias que acreditam não ter condições de pagar total ou parcialmente suas contas nos próximos meses também subiu, de 5% em julho para 8% em agosto. Segundo Adelaide Reis, economista da Fecomércio, o resultado de agosto deve-se à elevação da massa real de salários, ao aumento do prazo médio do financiamento ao consumidor e à redução das taxas de juros dos financiamentos oferecidos pelos bancos públicos, fruto do corte no spread.

 

Soma-se a isso o fortalecimento da confiança do consumidor no desempenho da economia nacional. "Como a intenção de consumir continua em alta e a oferta de crédito está em expansão, há um retorno da tendência de aumento do endividamento das famílias paulistanas no horizonte próximo", afirma Adelaide.

 

Cartão de crédito

 

Dentre as modalidades de crédito disponíveis, o cartão de crédito continua sendo a mais utilizada pelo paulistano. Em agosto, o cartão de crédito foi responsável por 65% das dívidas assumidas pelas famílias da cidade de São Paulo, contra 61% em julho. Já a utilização do cheque especial passou de 8% em julho para 9% em agosto. Os carnês permanecem estáveis, com 38% das dívidas contraídas este mês, e o crédito pessoal segue com 12%.

 

Na contramão da expansão do crédito, também cresceu o percentual de consumidores que não pretendem contrair dívidas nos próximos meses, de um total de 90% em julho para 92% em agosto. Os que planejam comprar a crédito no futuro próximo representam apenas 7% dos consumidores entrevistados este mês.

 

Quanto ao prazo médio de comprometimento da renda dos consumidores com dívidas, a pesquisa indica que, em agosto, 51% dos entrevistados têm renda familiar comprometida com o pagamento de dívidas por até seis meses. Outros 28% do total têm a renda familiar comprometida por mais de um ano.

 

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) coleta dados de cerca de 1.360 consumidores no Município de São Paulo.

 

Veículo: DCI


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