Mercado descarta PIB negativo em 2009, pela primeira vez desde março

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O mercado finalmente se convenceu que a desaceleração da atividade econômica no Brasil não foi forte o suficiente para que o Produto Interno Bruto (PIB) de 2009 seja, em termos reais, inferior ao de 2008, sinaliza pesquisa de expectativas feita pelo Banco Central. Colhida na sexta-feira, a nova mediana das projeções para este indicador ainda não chega a apontar crescimento real do PIB este ano. Mas, pela primeira vez desde o fim de março, pelo menos não prevê redução real do produto.

 

A pesquisa da semana anterior indicava queda de 0,15% do PIB. No fim de maio, a mediana chegou a apontar queda real de 0,73%. Apesar da crise financeira mundial e dos seus efeitos sobre o país, o governo nunca sancionou o excesso de pessimismo do mercado em relação ao comportamento da atividade econômica este ano. Estimada em 4,5% no projeto original de Orçamento para 2009, encaminhado em agosto de 2008, a taxa de crescimento real esperada pelos ministérios da Fazenda e do Planejamento para este ano, atualmente 1%, foi revista, mas manteve-se sempre positiva. Os relatórios trimestrais de inflação mostraram que o BC tampouco chegou a trabalhar com hipótese de variação negativa do PIB em 2009.

 

Pela nova pesquisa do Banco Central, o mercado espera estabilidade do valor real do PIB total, apesar da prever queda de 7,25% no PIB do setor industrial. A redução seria compensada pelo aumento de atividade em outros setores da economia.

 

Para 2010, os bancos e empresas participantes da pesquisa preveem crescimento econômico real de 4,2%, o que também representa melhora de expectativas. Na pesquisa anterior, a mediana das projeções para a variação do PIB no próximo ano estava em 4%. Para a indústria especificamente, permaneceu a mediana de 6%.

 

As projeções de inflação mudaram pouco, mas também foram alteradas em comparação à sondagem da semana anterior. Para o IPCA, a expectativa agora é de variação de 4,31% em 2009 e de 4,3% em 2010. Para o IGP-DI, a expectativa é de deflação de 0,2% este ano e de inflação de 4,5% no ano que vem. O mercado prevê deflação também em relação aos preços que compõem o IGP-M, nesse caso, de 0,61% para este ano.

 

Para 2010, a mediana das projeções de variação do mesmo índice indica inflação de 4,5%. Para o IPC da Fipe, a mediana aponta aumento do índice tanto em 2009 (4,2%) quanto em 2010 (4,45%). Para este e o próximo ano, a meta de inflação do governo, que refere-se ao IPCA, é de 4,5%.

 

Veículo: Valor Econômico


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