Produção capixaba cresce 15,8% sustentada pelas exportações
Enquanto a média da indústria segue voltada para o mercado interno e impulsionada por bens de capital e automóveis, os Estados do Espírito Santo e Pará elevam a produção ancorados em exportações de commodities.
Para analistas, a desaceleração da economia internacional e o recuo nos preços no mercado mundial não devem afetar a atividade nessas regiões no curto prazo. Juntos, os dois Estados têm peso de 4,2% na produção industrial nacional.
Ancorado na expansão das indústrias extrativista e de metalurgia básica, o Espírito Santo elevou a produção em 15,8% de janeiro a julho deste ano ante igual período de 2007, uma expansão mais de duas vezes superior à média da indústria nacional no período (6,5%).
Ainda no acumulado de janeiro a julho, os destaques da indústria capixaba foram os segmentos extrativista (aumento de 20,10%) e de metalurgia básica (34,14%) que responderam, juntos, por 92%, ou 14,6 pontos porcentuais da expansão industrial do Estado no período.
No Pará, o aumento na produção no ano até julho foi similar à média nacional (6,5%) e integralmente determinado por indústrias vinculadas às commodities, como a extrativista (9,3%), celulose e papel (22,6%) e metalurgia básica (5%).
O economista da Coordenação de Indústria do IBGE André Macedo disse que a importância das commodities no desempenho industrial estão mais visíveis nos resultados regionais. Mas sublinhou que, apesar da liderança de máquinas e equipamentos e veículos, esses produtos continuam com permanente importância no desempenho da indústria no País.
Segundo ele, os preços das commodities são o principal fator a explicar o ótimo desempenho na produção em Estados cuja indústria está estritamente vinculada a elas. Além disso, destacou que, apesar da importância desses produtos na indústria estar mais clara nos dados paraenses e capixabas, todas as regiões, incluindo São Paulo e Minas Gerais, têm se beneficiado dos bons resultados das commodities.
Para o consultor do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) Julio Sérgio Gomes de Almeida, a crise internacional e o recuo nos preços das commodities não vão afetar o desempenho desses Estados. “Esses fatores podem afetar a rentabilidade das empresas, mas não a produção, porque são produtos voltados para a exportação”, explicou.
Para Paulo Mol, economista da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a queda nos preços das commodities não significa uma perda significativa para as empresas. “Agora estão sendo devolvidos os excessos, mas os preços ainda são muito competitivos”, disse.
No caso das indústrias extrativistas, como petróleo e minério de ferro, ele também avalia que não haverá efeitos negativos expressivos da desaceleração do crescimento da economia mundial.
Veículo: O Estado de S.Paulo