O crescimento do crédito deve continuar a ser puxado pelos bancos públicos e pela pessoa física no último trimestre do ano, no entanto, a expectativa é que as instituições privadas aumentem as concessões, com maior participação de empresas, em 2010.
"No próximo ano, os privados deverão arriscar mais, sob pena de perder mercado", crê o professor de Economia da Trevisan Escola de Negócios, Alcides Leite. Para ele, o crédito às empresas já mostra uma situação mais regular depois da crise, com sinais de crescimento até dezembro.
Dados do Banco Central referentes a agosto, divulgados ontem, mostram uma expansão de 1,5% nas operações de crédito no País, em relação a julho, a um saldo total de R$ 1,326 trilhões. Os empréstimos a empresas apresentaram um crescimento de 1,3%, a R$ 383,929 bilhões. Já na pessoa física, a expansão foi de 1,8%, a um estoque total de R$ 302,702 bilhões.
Nesse período, as operações de crédito do sistema financeiro público apresentaram uma alta de 2,3%, ante 1,3% do sistema privado e 0,3% entre os estrangeiros, a saldos de R$ 535,974 bilhões, R$ 539,907 bilhões e R$ 250,861 bilhões, respectivamente.
Para o chefe do Departamento Econômico (Depec) do BC, Altamir Lopes, as expectativas para as vendas de fim de ano são positivas, no que depender do crédito. Os dados revelam que o prazo médio das operações de crédito com recursos livres para a pessoa física atingiu 498 dias corridos em agosto, o mais alto da série.
Segundo ele, esse alongamento, combinado com a trajetória de queda dos juros e com a retomada do crescimento do crédito consignado, leva a uma expectativa positiva para as vendas de final de ano. "Todos esses fatores levam à tomada de mais crédito pelas famílias", disse.
De acordo com a autoridade monetária, a média diária das concessões de crédito cresceu 7,3% em agosto em relação a julho, atingindo R$ 7,114 bilhões. A média de agosto de 2008 foi de R$ 7,028 bilhões, que representou alta de 1,2% nessa base de comparação. Lopes informou ainda que a média diária de concessões de crédito livre em setembro, até o dia 17, teve queda de 3,9% na comparação com a média diária de todo o mês de agosto. A média das concessões para a pessoa física caiu 6% e a da pessoa jurídica cedeu 2,5%, no período.
As concessões para pessoa física tiveram média diária de R$ 2,671 bilhões, com alta de 6,7% ante julho. Já para empresas, a média diária das concessões atingiu R$ 4,443 bilhões, com alta de 7,7% ante julho. Lopes disse que o volume de crédito com recursos livres teve crescimento de 0,8% em setembro até o dia 17.
Ele destacou ainda a expansão do crédito habitacional. Segundo o executivo, essa linha, em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), passou de 1,3% em dezembro de 2005 a 2,1% no final de 2008. Segundo último dado do BC, essa relação chegou a 2,7% em agosto, com um saldo total de R$ 75,878 bilhões. "Ainda é baixo, mas está crescendo", disse.
Em relação à inadimplência, o professor da Trevisan acredita que a tendência é se manter estável, como já mostrado nos dados de agosto. "Já reduziu-se a alta acumulada durante a crise, mas a retomada econômica pode provocar um ligeiro aumento. Uma coisa deve compensar a outra."
Nos juros e no spread bancário, Leite acredita em continuidade na queda até o fim do ano. "Ainda não foi repassada toda a baixa na Selic. Até o fim do ano, porém, deve chegar a um limite", acredita.
Segundo Lopes, a taxa de juros das operações de crédito livre teve alta de 0,2 ponto percentual até 17 de setembro, na comparação com agosto, atingindo 35,6% ao ano.
A taxa de juros para a pessoa física ficou estável em 44,1%, no período, enquanto a de pessoa jurídica subiu 0,3 ponto percentual, para 26,7%.
O crédito para as empresas cresceu em agosto e contribuiu para que o saldo de empréstimos concedidos no sistema financeiro ultrapassasse a marca dos 45% do Produto Interno Bruto (PIB). Dados do Banco Central divulgados ontem mostram uma expansão de 1,5% nas operações de crédito no País, em relação a julho, par a um saldo total de R$ 1,326 trilhões.
Os empréstimos a empresas apresentaram um crescimento de 1,3%, a R$ 383,929 bilhões. Já na pessoa física, a expansão foi de 1,8%, a um estoque total de R$ 302,702 bilhões. O Banco Central informou que também houve estabilidade nos índices de inadimplência em agosto.
Veículo: DCI