Crescem as encomendas natalinas dos pequenos estabelecimentos junto às centrais de compras em Minas.
As centrais de compra de Minas Gerais já estão se mobilizando em ritmo acelerado para ampliar os estoques dos supermercados em função do esperado aumento nas vendas, típico deste período do ano. Esse tipo de organização cresceu significativamente no Estado nos últimos anos com o objetivo de fortalecer os pequenos supermercados, por meio do aumento do poder de negociação com o atacado e com a indústria.
De olho na demanda extra do período natalino, a Associação Supermais de Varejo, com 22 lojas na Zona da Mata mineira, já elevou em cerca de 25% as compras visando atender ao aumento do consumo. De acordo com o diretor da Supermais, Cláudio Fonseca Caetano, os itens sazonais como panetones, doces em caldas, bebidas e carnes são os principais responsáveis por esse aumento. "Todos os anos já nos programamos para ampliar os estoques no início do mês de novembro", explicou. Ele afirmou que a crise registrada no início de 2009 não afetou diretamente os negócios do grupo.
Cenário positivo - Na opinião de Caetano, o segmento dificilmente é atingido. "O comércio de varejo alimentício é o último a entrar e o primeiro a sair de qualquer crise. No meio do ano tivemos uma situação de aumento na inadimplência, mas nunca houve queda nas vendas. Essa situação foi rapidamente superada e os negócios voltaram a fluir", afirmou. Para ilustrar o cenário positivo, ele destacou que a associação estima fechar 2009 com expansão de 16% no faturamento em relação ao do ano passado.
A Rede Unida, que possui 17 lojas em Juiz de Fora, na Zona da Mata, também trabalha com perspectivas positivas para o encerramento do ano. Na avaliação do diretor do grupo, Carlos Henrique Daniel, o início da segunda quinzena de novembro já trouxe reflexos positivos. "Todas as nossas lojas já estão devidamente abastecidas e atendendo satisfatoriamente ao aumento do consumo", afirmou.
Segundo ele, a rede aumentou em 20% o volume de compras para o período natalino. Para o diretor, a rede ampliou a função para a qual foi criada. "Hoje não somos apenas uma central de compras, somos uma central de negócios onde aprendemos e discutimos muitas questões relevantes à economia de um modo geral", destacou.
Outra rede que já se preparou para o aquecimento comercial deste período é a Biz, que possui 93 lojas espalhadas no Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba. De acordo com o gerente do grupo, Gilson Rodrigues Cantuário, as compras tiveram de ser aumentadas em 15%. "Estamos abastecendo os estoques das lojas para que não haja falta de mercadoria no final deste ano e início do próximo. Estamos ampliando as compras para garantir significativamente o abastecimento", afirmou.
Cantuário lembrou que o primeiro semestre foi muito difícil para o grupo, que chegou a registrar queda de 7% nas compras. "A queda teve origem na turbulência do mercado internacional. Muitas empresas demitiram, causando diminuição no consumo e, conseqüentemente, nas compras da rede", explicou.
No entanto, ele afirmou que o segundo semestre apresentou um quadro de maior estabilidade, permitindo ao grupo estimar que fechará 2009 com um faturamento 8% maior que o ano anterior. "O mercado está aquecido, estamos otimistas e registrando um bom movimento nas lojas. A poeira de pessimismo já passou", avaliou.
Segundo a Associação Mineira de Supermercados (Amis), o Estado conta hoje com 55 centrais de compra. Esse tipo de negócio consiste na formação de uma rede única, que oferece suporte jurídico e administrativo, por exemplo, aos associados. Além disso, o sistema de compras é coletivo e garante melhores preços junto aos fornecedores.
Veículo: Diário do Comércio - MG