Para criar marcas com apelo global, fabricantes modernizam gestão

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Hoje, entre os executivos que formam o conselho de administração da Samsung, a maioria já é ocidental. Entre os três maiores sócios da empresa está o banco americano Citibank, que detém mais de 6% das ações da Samsung. Na LG, todo o esforço de Yong Nam, executivo que assumiu o comando global da empresa no ano passado, está concentrado na missão de dar uma cara mais sofisticada e global à companhia, plano que inclui a contratação crescente de estrangeiros para posições de liderança e a exigência do idioma inglês como língua oficial na comunicação entre as unidades da empresa.

 

No Brasil, a LG já adotou uma nova forma de medir o desempenho da companhia. Um sistema de bandeiras coloridas - verde, amarela e vermelha - mostram como vão as operações. A todo instante, a subsidiária recebe dados financeiros para ajudar na tomada de decisões. "É verdade que já aconteceu de termos uma bandeira amarela, mas sempre ficamos no verde, nunca no vermelho", comenta Eduardo Toni, diretor de marketing da LG.

 

Na Samsung, a responsabilidade da operação brasileira aumentou no fim do ano passado. A subsidiária, diz Benjamin Sicsú, vice-presidente da companhia, passou a ser a sede da Samsung para a América Latina. Até então, cada país tinha sua gestão.

 

Com a reforma contínua de seus processos internos e em busca de imagem global, LG e Samsung tentam quebrar uma estrutura hierárquica construída há décadas pelos grandes conglomerados coreanos. Hoje, a liderança dessas empresas é tocada pelos chamados "filhos da guerra", uma geração de executivos que nasceu na década de 1950, quando a Coreia do Sul, então um dos países mais pobres da Ásia, teve boa parte de infraestrutura destruída durante a Guerra da Coreia (1950-1953). "Acredito que isso ajuda a explicar essa determinação de toda a empresa em lutar pelo que deseja", diz Toni, da LG.

 

Tanto a LG quanto a Samsung tem origem no que ficou conhecido como "chaebol", termo usado para se referir a grandes conglomerados de empresas, originalmente controlados por famílias. A LG Electronics, hoje uma companhia com faturamento de US$ 44,7 bilhões e cerca de 84 mil funcionários, faz parte de um conglomerado que reúne 52 diferentes companhias em todo o mundo. O grupo LG, que iniciou suas atividades na Coreia do Sul na década de 40, conta hoje com 147 subsidiárias, está presente em 53 países e emprega 177 mil colaboradores.

 

Em Seul é difícil não esbarrar em algum tipo de produto oferecido pela LG ou pela Samsung. A longa lista inclui desde a possibilidade de comprar um apartamento construído por uma delas até contratar um serviço de guia para deficientes visuais, sob suas marcas.

 

A Samsung Electronics, de longe a maior companhia do conglomerado, foi fundada em 1969 e, ano após ano, vem expandindo sua operação global. Em seu balanço fiscal mais recente, a companhia atingiu receita anual de US$ 96 bilhões. O resultado aproximou a companhia da rival americana Hewlett-Packard (HP). Com 165 mil funcionários em todo o mundo, a Samsung reúne 28 fábricas, 28 centros de pesquisa e 179 operações em 61 países.

 

Assim como ocorre no Brasil, LG e Samsung têm protagonizado disputas constantes nos Estados Unidos. Hoje, a LG já é líder em alguns segmentos de eletrodomésticos no país e, mundialmente, rivaliza com a Samsung pela liderança mundial em TVs de LCD. Lee Yoon-woo, diretor-presidente da Samsung, declarou recentemente que ainda há espaço para muito mais. Até 2020, disse ele, a Samsung será uma companhia com receita de US$ 400 bilhões.
 


Veículo: Valor Econômico


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