Mais jovem do que a Trifil, a marca Scala, que pertence ao mesmo grupo, ensina à grife mais antiga como fazer sucesso com um novo modelo de negócio
Quando a pequena indústria de meias Scalina surgiu no bairro paulistano do Cambuci, em 1963, um produto revolucionário também foi apresentado às consumidoras da época. Tratava-se das meias finas femininas da marca Trifil, batizadas com esse nome por serem confeccionadas em teares de três fios, algo inexistente até então.
Nas últimas décadas, a grife virou sinônimo de lingerie popular e fez sucesso com um modelo de negócios baseado na venda dos produtos em lojas multimarcas e redes de varejo.
Agora, a Scalina enfrenta uma situação curiosa. Sua nova marca de lingeries, a Scala, lançada para atender o público de maior aquisitivo, cresce em ritmo duas vezes maior do que a Trifil. Em 2009, a Scala vai ser responsável por 20% do faturamento de R$ 400 milhões do grupo Scalina e as projeções indicam que a grife pode terminar o ano com um volume de vendas 30% superior ao de 2008.
Enquanto isso, na Trifil o crescimento deve estacionar na casa dos 14%. O segredo da Scala? Ao contrário da Trifil, a marca é vendida em lojas próprias e franquias, além das multimarcas e varejistas.
Em 2009, foram abertos 12 endereços comerciais, elevando o número para 79. A meta é chegar a 150 lojas até 2012, a maioria delas em shoppings localizados nas principais capitais brasileiras. "Com as lojas, conseguimos manter um contato direto com as clientes e identificar melhor o que elas esperam de nossos produtos", afirma Marcos Giantaglia, responsável pela área de marketing da Scalina.
O reconhecimento da importância da Scala ficou mais evidente em janeiro de 2009. Nesse mês, uma área de negócios foi criada especialmente para atender à marca. Além disso, a Scalina contratou uma empresa especializada para mudar o layout das lojas, tornando-o mais atraente para as consumidoras.
O projeto fez tanto sucesso que a companhia estuda a viabilidade de abrir lojas da marca Trifil num futuro próximo. "A estratégia da Scala foi tão bem-sucedida que pode ser adotada em breve por toda a empresa", diz Giantaglia.
Veículo: Revista Isto É Dinheiro