As grandes redes de farmácias passaram ao largo da crise econômica, que pareceu até favorecer o segmento, pois há redes com planos de ampliar a disputa a mercados regionais e aumentar investimentos em 2010, como a empresa Drogasil, que deve fechar o ano com um crescimento maior do que o previsto inicialmente. A meta era crescer 26%, mas de janeiro a setembro já teve alta de 34,9% sobre o mesmo período de 2008. Além disso, deve abrir mais 40 unidades em 2010, com um investimento de quase R$ 45 milhões, frente a cerca de 35 lojas que devem ser abertas este ano.
De acordo com Cláudio Roberto Ely, CEO e diretor de Relações com Investidores da rede, o orçamento para 2009, que considerou a crise econômica, foi um dos piores que já tiveram, mas logo no primeiro trimestre já mostraram um bom resultado e no último trimestre a alta foi de 37,5%, enquanto o mercado cresceu 12,1%.
O executivo afirma que Drogasil, que é a segunda maior rede de farmácias do Brasil em faturamento no ranking da Associação Brasileira de Farmácias (Abrafarma), atrás apenas da Pague Menos, atingirá antes do esperado a meta que traçou de crescimento do seu faturamento em 2007 e pode começar a trabalhar para atingir novos patamares. A expectativa do mercado é que a rede chegue em breve a ter mais de R$ 2 bilhões de faturamento, sendo que em 2008 fechou com R$ 1,3 bilhões de receita bruta e no acumulado do ano, já chegou a R$ 1,2 bilhões.
Para isso, deve levar adiante acelerada expansão orgânica, mas não descarta aquisições, como fizeram em fevereiro de 2008 em Brasília, com a compra da rede Vison, com 24 lojas na capital do País. Hoje, estão com 278 unidades em São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Distrito Federal e Espírito Santo, sendo que estudam entrar em outros estados. Ely não revela os locais, mas conta que não deve entrar agora no Rio Grande do Sul, por exemplo, onde há fortes players regionais, como a Panvel. "Existem mercados que já estamos estudando há dois anos, prevemos entrar em outros estados, mas senão der continuaremos a crescer onde já estamos."
O único estado do sudeste em que ainda não está é o Rio de Janeiro, com concorrentes como a Drogaria Pacheco, considerada a quarta maior do País. São mais de 300 lojas e receita de R$ 1,2 bilhão em 2008. A Pacheco entrou em março deste ano na capital paulista, principal mercado da Drogasil, e já possui 21 lojas.
Logística
Para Ely, para suportar a expansão da rede, é possível investir em novos modelos de distribuição. Hoje contam com um centro de distribuição (CD) em São Paulo, que tem capacidade para atender mais de 60 lojas, mas estão começando a trabalhar com distribuidores em alguns lugares, como no Espírito Santo. Outra possibilidade é ter depósitos menores.
Ely ainda destaca que o diferencial é ter um grande número de farmacêuticos e treinar os funcionários. São 900 farmacêuticos, mais de três por loja. A venda acompanhada por um funcionário também aumenta as vendas totais. "Nosso negócio é commodity, o que vendo meu concorrente também tem, por isso tenho que ser diferente". Sobre a nova resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, de medicamentos sem prescrição serem vendidos atrás do balcão, ele vê pouco impacto nas vendas.
Veículo: DCI