Área menor e importação inflam os preços do algodão

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A estratégia de redução de área traçada pelos produtores de algodão nas duas últimas safras surte efeito na temporada 2009/2010 e resulta em uma valorização de 60%, em 12 meses, para os contratos futuros com vencimento no próximo mês de dezembro. No mercado interno, a possibilidade de importação de algodão é o que aquece os preços. No Mato Grosso e em São Paulo, o ritmo dos negócios se intensificou e o incremento nas cotações já acumula alta de 4,24% este mês.

 

A mais recente projeção do quadro de oferta e demanda, divulgado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), no mês de novembro, apontou, para a safra 2009/2010, uma redução de 13,74% nos estoques finais da pluma no mundo. No Brasil, a demanda por algodão em pluma é crescente. De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), nos últimos dias, as indústrias retomaram as compras da pluma de tipo fino, adquirindo volumes elevados a preços maiores. Comerciantes consultados pelo Cepea estiveram mais ativos na última semana. "Esses agentes pretendem fazer estoque para a entressafra para cumprir contratos ou vender no spot a preços maiores", dizem pesquisadores.

 

A intenção de compras de algodão no País deve se intensificar após a estimativa divulgada pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) que, em razão de uma menor oferta em contraponto ao aumento da demanda interna e externa, a necessidade de importação do País será de pelo menos 100 mil toneladas de algodão.

 

Resta saber se a intenção de compra conseguirá ser concretizada. Fernando Pimentel, diretor superintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), alerta para a dificuldade de novas aquisições. "Segundo informações de diversas empresas, já está difícil comprar produto de boa qualidade e a indústria também reduziu bastante seus estoques", disse.

 

De acordo com Pimentel, a necessidade de importação de um volume considerado alto preocupa, já que umas das principais vantagens competitivas em relação a competidores, como a China, é a matéria-prima majoritariamente comprada no mercado interno. A maior preocupação é com pequenos produtores de têxteis que teriam menor poder de barganha. "Não podemos imaginar um cenário como na metade da década de 90, quando o País se tornou importador", afirma o superintendente da Abit.

 

Após a realização da Câmara Setorial do Algodão, realizada na última semana e que anunciou a preocupação com o crescimento das importações, o governo federal se pronunciou sobre o assunto. Gerardo Fontelles, secretário-executivo do Ministério da Agricultura, afirmou que, ao contrário da expectativa de produtores de algodão, é improvável que haja falta do produto para a indústria têxtil no primeiro semestre do próximo ano. Já o mercado não pensa assim. O preço da pluma mato continua a subir. Na última semana, no Mato Grosso, na média estadual, o incremento nos preços foi de aproximadamente 1,04%. Em São Paulo, o mercado doméstico de algodão também permaneceu aquecido. Durante a última semana, com exceção da sexta-feira, que fechou em queda de 0,1%, os dias foram ditados pela alta dos preços e encerraram com um incremento de 1,01%.

 

Segundo o último boletim do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), durante 2009, aos poucos, o mercado futuro de algodão foi se recuperando. Apesar das oscilações ocorridas no período, os contratos com vencimento previsto para dezembro de 2009 e julho de 2010 estão 37,9% e 23,1%, respectivamente, acima do preço observado em janeiro.

 

A estratégia de redução de área traçada pelos produtores de algodão nas duas últimas safras surte efeito na temporada 2009/2010 e resulta em uma valorização de 60%, em 12 meses, dos contratos futuros com vencimento em dezembro. No mercado interno, a possibilidade de importação de algodão é o que aquece os preços. No Mato Grosso e em São Paulo, o ritmo dos negócios intensificou-se e o incremento das cotações já acumula alta de 4,24% este mês.

 

A mais recente projeção do setor, divulgada pelo Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), em novembro, apontou, para a safra 2009/2010, redução de 13,74% nos estoques finais da pluma no mundo. "Os agentes pretendem fazer estoque para a entressafra a fim de cumprir contratos ou vender no spot a preços maiores", dizem pesquisadores.

 

Veículo: DCI


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