O presidente da International Paper do Brasil (IP), Maximo Pacheco, afirmou, ontem, que a fabricante pretende ingressar no mercado nacional de embalagens. Esse passo deverá ocorrer via aquisições ou parcerias com empresas já em atividade no País. "Ainda não conseguimos, mas pretendemos entrar no mercado de embalagens na América Latina no próximo ano", garantiu o presidente da IP para a região. Atualmente a empresa possui atuação neste mercado, na América Latina, apenas no Chile. Se for confirmada a nova atuação da empresa no País, a IP concorrerá com a brasileira Klabin.
A companhia também anunciou que deve aumentar a produtividade em torno de 7% em 2010. Para que isso aconteça, a IP declarou que reforçará os processos produtivos e também não descarta a possibilidade de ampliações.
Em relação ao mercado, as principais dificuldades que a International tem enfrentado é taxa de câmbio e o alto custo da energia. "O ano de 2009 foi um pouco difícil devido à taxa de câmbio e energia, mas esperamos que o próximo seja melhor", estimou Nilson Cardoso, diretor comercial da fabricante de papel.
Mesmo com o real valorizado, o executivo confirma que a IP quer que as operações brasileiras da companhia continuem sendo a base para a ampliação de sua presença em toda a América Latina. No momento, a fabricante continua seus estudos para definir a viabilidade para a ampliação de sua planta em Três Lagoas (MS).
O câmbio atual, mais uma vez, é um dos fatores desfavoráveis do projeto por conta das exportações, um importante pilar para o desempenho da companhia no País. Atualmente, as vendas externas da companhia correspondem a 55% dos negócios da empresa no Brasil.
Além da questão cambial, a companhia ainda precisa definir o perfil de financiamento para viabilizar a construção de sua nova linha, afirmou Maximo. O projeto, segundo Maximo, tem prazo limite para entrar em operação em fevereiro de 2012, conforme acordado com a Votorantim Celulose e Papel (VCP).
Em contrapartida, a IP afirmou que superou a capacidade de produção de 200 mil toneladas na fábrica de Três Alagoas, no Mato Grosso do Sul, e que em julho deste ano já tinha atingido 100% da capacidade. Para 2010, a empresa divulgou que deve acompanhar o setor, que prevê crescer em torno de 4%.
Pacheco aproveitou o evento para se despedir das operações brasileiras para atuar como vice-presidente na Europa, a partir do próximo ano.
Em seu lugar será empossado Jean-Michel Ribieras, atual vice-presidente de Papéis para Conversão e Celulose nos Estados Unidos.
Veículo: DCI