Cliente cativo faz shopping renovar área antiga

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Administradoras de shopping centers têm investido na mudança de perfil e reformulação de empreendimentos mais antigos ou que acabaram de adquirir, aproveitando a clientela que já possuem e transformando-os em shoppings mais modernos e lucrativos, com reorganização de espaços para lojas, ganho de público e aumento de verba de locação. O Shopping Center Norte, na capital paulista, que fica dentro do complexo Cidade Center Norte e pertence à família Baumgart, por exemplo, estuda um grande projeto de reformulação para os próximos cinco anos que deve incluir nova comunicação visual, fachadas e desenho interno. Só seria posto em prática, porém, a partir de 2011, segundo Gabriela Baumgart, diretora de Marketing do local. Ela afirma estar em fase de pré-projeto e definindo as mudanças.

 

Apesar de não ter ainda o projeto fechado, o empreendimento, que tem 25 anos e ganhou o prêmio Empresas Mais Admiradas DCI de 2009, na categoria Shopping Center, também tem constantemente recebido novas operações, sendo que, este ano, pelo menos seis novas lojas foram abertas e 15 outras foram reformadas e estão com novo layout. Entre as novas lojas, está uma Saraiva Megastore, que já estava no shopping, mas acabou de ser reaberta em um local maior com novo visual, auditório, e na qual a rede investiu R$ 5 milhões.

 

O empreendimento ainda deve terminar o ano com um crescimento de pelo menos 15% nas vendas sobre os números de 2008, continuando ainda como um dos líderes em faturamento por metro quadrado do País. "Foi um ano muito positivo para o Center Norte e para o grupo como um todo: devemos fechar 2009 com aumento de 17% no faturamento em relação a 2008", diz. A executiva também afirma que para o Natal há lojistas até reforçando os estoques, com medo de que faltem mercadorias.

 

O Shopping D, que completou 15 anos no último mês e está localizado na zona norte de São Paulo, assim como o Center Norte, nasceu como shopping de outlets e passa por um grande reposicionamento, ao trazer lojas como C&A, Casas Bahia e Magazine Luiza para o seu mix. Isso já se refletiu em aumento de 15% de público e em alta também das vendas, além de ter feito com que a BRX, que administra os shoppings da Cyrela Commercial Properties (CCP), tivesse um grande aumento de receita de locação. A CCP também possui outros empreendimentos, como o Shopping ABC Plaza, e deve lançar novos projetos, vendo sua receita com o segmento crescer dentro da empresa.

 

De acordo com Antônio Mascarenhas, superintendente do Shopping D, foi feito um estudo para readaptar o empreendimento, e essa reformulação foi chamada de Projeto Ancoragem, no qual já se investiram cerca de R$ 10 milhões. E estão previstos alguns ajustes a serem feitos no shopping. "Juntamos algumas lojas satélites e menores para dar lugar à lojas-âncoras, mudamos o desenho interno do shopping, mas não tivemos problemas com lojistas, pois os reposicionamos, e muitos já tinham interesse em mudar de local", explica.

 

Além das âncoras, outras operações entraram em operação no mall. De janeiro a setembro, foram 22 novas lojas e 7 outras deverão entrar até o fim do ano, com espaço para novas aberturas em 2010. "Há interesse dos lojistas em entrar no shopping, mas esperamos o momento certo e o espaço adequado para cada operação", diz. Ainda foram feitas mudanças na praça de alimentação e em toda a comunicação visual do shopping, como a cor do logotipo.

 

Projeto

 

Desde que começou a executar o projeto, o superintendente afirma que foi percebido um incremento de 15% no tráfego de pessoas no local e aumento nas vendas. Este ano elas devem crescer 10% sobre as do ano passado. As novas lojas presentes têm um tíquete médio mais elevado, o que levou a ganhos com aluguel e a uma pequena modificação no público do shoppings, que é principalmente das classes B e C, mas teve uma migração maior para o público B.

 

Para Mascarenhas, o formato de outlet não foi bem aceito pelo público brasileiro, tanto que outro mall com o mesmo perfil surgiu no mesmo período que o Shopping D e também não teve sucesso, fazendo com que se optasse pelo "modelo que o mercado aceita em São Paulo", com operações semelhantes às de outros empreendimentos.

 

A General Shopping também enfoca reformulações de empreendimentos que adquiriu, como fez no Top Center Shopping, localizado na Avenida Paulista, e no Shopping Light, no Centro. O Top Center foi reinaugurado no último mês com novas lojas e reaproveitamento de espaços, já que, com apenas 6.166 m² de ABL (área bruta locável) própria, não possui espaço para expansões. O centro de compras foi adquirido em 2007 e recebeu a sua primeira reforma desde sua fundação, em 1975; agora, o local conta com 66 lojas, 20% a mais do que tinha antes da reforma, sendo 31 delas novas operações, como Starbucks, Mahogany e Spoleto, entre outras.

 

De acordo com Alexandre Dias, diretor de Marketing e de Relações com o Varejo da General Shopping Brasil, com a mudança e a busca por adequar o mix do shopping ao perfil de seus consumidores, que trabalham ou estão passando pela região, a companhia acredita que irá dobrar o número anual de visitantes no mall. No Shopping Light também estudaram o espaço e mix, trazendo uma faculdade e um posto da Polícia Federal para o mesmo prédio, o que também traz renda com aluguel e maior fluxo de consumidores ao local.

 

Veículo: DCI


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