O Brasil se aproveitou bem da recente explosão do preço do açúcar no mercado internacional graças ao clima e à consolidação do setor no país forçada pela crise financeira global, disse a revista britânica The Economist na edição desta semana.
Segundo a revista, o preço do açúcar subiu, entre outros motivos, pela queda na produção da Índia, que até o ano passado era o maior produtor mundial da commodity, devido à falta de chuvas. Por sua vez, segundo a publicação, o Brasil se aproveitou de um clima favorável para passar à liderança do setor.
O momento em que isso aconteceu, aponta a The Economist, não poderia ter sido melhor. "A crise do crédito disparou uma onda de consolidação em um setor que era resistente a isso. As empresas que sobreviveram agora têm mais escala e muito mais dinheiro", explicou.
Entre as empresas que sobreviveram, a revista cita a francesa Louis Dreyfus - que adquiriu a Santelisa -, a Copersucar, cooperativa que agrega vários pequenos produtores de São Paulo; e a Cosan, líder mundial do setor e que comprou a concorrente Nova América e também a rede de postos Esso - sendo o último movimento um meio de dar maior vazão para sua produção de álcool.
Segundo a The Economist, a situação dos produtores pode melhorar ainda mais com o álcool, lembrando que o preço do combustível no Brasil teve um crescimento ainda maior do que o do açúcar.
"Esse crescimento pode persistir graças ao aumento das vendas dos carros flex, que podem rodar tanto com álcool como gasolina. Além disso, a associação dos produtores de cana-de-açúcar estão otimistas com uma eventual redução das tarifas sobre o álcool brasileiro por americanos e europeus", diz a reportagem. "Se isso acontecer, os produtores e os usineiros ficarão mais felizes do que estão agora."
Etanol
O preço do etanol subiu pelo quinto mês consecutivo em São Paulo, segundo levantamento feito pela Ticket Car, produto de gestão de despesas de veículos do grupo Accor. Em novembro, a alta foi de 4,3%, para um preço médio de R$ 1,61 por litro. Segundo o estudo, o combustível continua mais competitivo do que a gasolina, mas em 15 estados e no Distrito Federal já vale à pena optar pela gasolina.
Na média nacional, a alta em novembro foi de 3,7%, para um preço médio de R$ 1,91 por litro. O preço do produto vem subindo nos últimos meses, em virtude da chegada da entressafra, aliada ao aumento do consumo por carros bicombustíveis.
Veículo: DCI