Vinhos, frutas secas e peixes são os produtos beneficiados pelo dólar barato
“Este será o melhor Natal dos últimos anos.” A previsão é unânime, pelo menos para duas randes redes varejistas que atuam no país: Walmart e Carrefour. Os motivos são vários: recuperação da economia, volta da confiança do consumidor e os preços menores de vários produtos, especialmente os importados. O Carrefour, por exemplo, prevê vendas 20% maiores neste ano. “Nos planejamos baseados na estimativa de que esse será o melhor Natal dos últimos cinco anos”, afirma o diretor do segmento de não alimentos do Carrefour, Karim Nabi, explicando que esse planejamento ajuda na hora de oferecermelhores preços, independentemente da cotação do dólar. A aposta da varejista francesa são os eletrodomésticos e eletrônicos, que devem ter suas vendas recuperadas neste ano em relação a 2008. “No ano passado, mesmo com crise, as vendas de alimentos não caíram tanto quanto a dos bens duráveis”, diz. NoWalmart, que importa 50% dos produtos embalados com sua própria marca, a estimativa é de aumento de 30%nas vendas.
Gôndolas
A valorização do real deve aumentar em 20% a oferta de produtos nas gôndolas, estima o economista Marcos Crivelaro, da Faculdade de Informática e Administração Paulista (Fiap). Os vinhos, os peixes e as frutas secas estão entre os produtos que ficaram mais baratos. No Walmart, por exemplo, eles estão entre 10% e 20% mais em conta do que no ano passado. “A queda do dólar proporcionou o aumento do volume de alimentos importados em torno de 50%”, diz a rede americana, que estima também vender 20% mais bebidas do que nas festas de 2008. As vendas de panetone também devem aumentar. Projeção do Departamento Instersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) prevê alta de 300% nas vendas do tradicional “bolo de Natal” neste ano. É um crescimento imenso, principalmente quando se estima que o produto ficará 3% mais caro para o bolso do consumidor.
Brinquedos
Pesquisa da Associação Brasileira dos Importadores e Exportadores de Brinquedos mostra que eles poderiam ficar até 12% mais baratos neste Natal por causa da taxa de câmbio. “Mas, por causa da crise, houve queda nas importações de brinquedos neste ano”, diz Eduardo Benevides, presidente da associação.
“O dólar barato não chegou a influenciar nossos preços”, diz Ondamar Ferreira, gerente-geral da Armarinhos Fernando. A rede estima aumento de 4% a 6% nas vendas deste Natal em relação ao ano passado. “No nosso caso, as compras em grande quantidade dão mais poder de negociação com os fornecedores, tanto de produtos nacionais quanto importados. E isso nos ajuda mais que o câmbio na hora de oferecer preços menores para os nossos clientes, conclui Ferreira.
- 30% é a estimativa de aumento das vendas para este final de ano traçada pela varejista americana Walmart.
- 20% é quanto a rede francesa Carrefour espera vender a mais neste Natal na comparação com dezembro do ano passado.
- 12% é quanto vai cair o preço dos brinquedos, segundo a Associação Brasileira dos Importadores e Exportadores.
Veículo: Brasil Econômico