Os planos de expansão do Porto de Santos, que segundo as expectativas dobrará sua capacidade de movimentação dos atuais 115 milhões de toneladas para 230 milhões em 2024, trazem a necessidade de um reordenamento logístico na infraestrutura rodo-ferroviária que dá acesso ao complexo santista. A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), ao apresentar um balanço das atividades portuárias em 2009, considerou ter alcançado bons resultados, porém faz alusão a uma série de desafios que tem pela frente.
José Roberto Correia Serra, atual diretor-presidente da Codesp e responsável pelas docas santistas, coloca que atualmente a administração dá andamento a iniciativas de preparo das vias de acesso do porto, tanto terrestres como aquaviárias, para atender à demanda projetada, mas sinaliza existência de gargalos logísticos fora da área do porto. "O impacto dos novos terminais requer um redimensionamento rodo-ferroviário que se integre aos projetos em desenvolvimento", comentou, no balanço.
De acordo com Serra, o próximo ano se inicia com a Secretaria Especial do Portos (SEP) trabalhando na elaboração de um convênio com o Governo do Estado de São Paulo para tratar de perto a questão, ou seja, buscar soluções para desatar o nó logístico.
Umas das obras mais polêmicas, necessárias para um escoamento eficiente das cargas até Santos, é a construção do Ferroanel, especialmente a parte sul, que tem como objetivo organizar a passagem dos trens de carga pela região metropolitana de São Paulo sem afetar o transporte ferrovário de passageiros.
Até um mês atrás, União e estado divergiam sobre com seria a execução esta obra, que tem investimentos estimados em mais de R$ 700 milhões - só para a parte Sul. O anuncio de um possível convênio pode facilitar um entendimento entre as administrações estadual e federal, no sentido de que o Ferroanel comece a sair do papel no próximo ano.
Recentemente, Mauro Arce, secretário de Transportes do Estado de São Paulo, sinalizou que o governo estadual tinha a intenção de definir qual seria o rumo do projeto ferroviário. Em relação aos aportes no setor rodoviário, Arce calcula que passem dos R$ 4 bilhões em 2010, em obras como a continuidade do Rodoanel.
Já na área das hidrovias paulistas, Arce diz que existe a intenção em multiplicar por seis sua importância na composição da cadeia logística. Hoje, o modal representa apenas 0,5% levando em conta o que é transportado em São Paulo, mas, segundo o secretário, seu uso tem crescido 20% ao ano. Os investimentos previstos estão por volta dos R$ 130 milhões para o transporte hidroviário em 2010.
O Porto
Enquanto se tenta equacionar a questão do reordenamento logístico para atender à expansão de Santos, o porto segue com ações estruturais. Para 2010 está prevista e elaboração Plano de Desenvolvimento do Porto, baseado nas informações produzidas pelo Plano de Expansão e pelos Estudos de Acessibilidade.
Para se ter uma ideia, os aportes previstos para o Porto de Santos, passam dos R$ 5 bilhões nos próximos anos, boa parte vinda da iniciativa privada, na expansão de terminais, como por exemplo o R$ 1,6 bilhão da Brasil Terminal Portuário (BTP) e o R$ 1,2 bilhão que devem ser aplicados pela Embraport, do Grupo Coimex.
Para 2010, a estimativa é de que o Porto de Santos receba aproximadamente R$ 700 milhões o todo, inclui-se aí não só as obras de expansão, mas também o que será aplicado na dragagem (aprofundamento do canal), projetos de atualização tecnológica e de segurança e a meta de concluir a avenida perimetral da margem direita, além de iniciar os serviços da na margem esquerda.
"Demos passos muito importantes para a melhoria da infraestrutura portuária", afirmou aulino Vicente, diretor de infraestrutura e execução de obras da Codesp, sobre os empreendimentos em andamento e os que estão por vir no próximo ano.
Além dessa parte estrutural, o Porto de Santos quer introduzir em 2010, um plano de Participação nos Lucros e Resultados, que terá os resultados homologados na Assembléia dos Acionistas, em abril próximo. Os próximos doze meses também serão utilizados para a implantação de uma reforma administrativa e reestruturação organizacional que, dizem fontes do setor, pode levar a uma futura abertura de capital.
A movimentação de cargas em Santos deve fechar o ano com alta de 2,2% chegando aos 82,8 milhões de toneladas, em relação ao desempenho observado em 2008, alta puxada por um incremento de granéis sólidos e líquidos. A Codesp avalia ser um bom resultado num ano de turbulência, atingido pela pluralidade que o complexo tem em atender diversos setores da economia, tendo inclusive aumentado sua participação na balança comercial.
Os planos de expansão do Porto de Santos, que segundo expectativas dobrará sua capacidade de movimentação dos atuais 115 milhões de toneladas para 230 milhões em 2024, esbarram na necessidade de um reordenamento logístico da infraestrutura rodo-ferroviária que dá acesso ao complexo. Um balanço divulgado pela Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) mostrou que o porto tem alcançado bons resultados, mas que é necessária a resolução de gargalos logísticos.
"O impacto dos novos terminais requer um redimensionamento rodo-ferroviário que se integre aos projetos em desenvolvimento", comentou José Roberto Correia Serra, atual diretor presidente da Codesp, ao revelar que o próximo ano se iniciará com a Secretaria Especial dos Portos (SEP) trabalhando na elaboração de um convênio com o Governo do Estado de São Paulo para tratar de perto a questão e desatar o nó.
Entre as obras necessárias, a construção do Ferroanel paulista pode ser uma das que começarão a sair do papel com a possível parceria. Até um mês atrás, União e estado divergiam sobre como seria a execução desta obra orçada em R$ 700 milhões só para a parte Sul. Já o Mauro Arce, secretário de Transportes do Estado de São Paulo, disse recentemente que o setor rodoviário deve consumir R$ 4 bilhões, em 2010, em obras como a do Rodoanel.
O Porto de Santos deve receber mais R$ 5 bilhões nos próximos anos e deve fechar 2009 com movimentação de 82,8 milhões de toneladas - salto de 2,2%.
Veículo: DCI