BNDES negocia participação acionária de até R$1,5 bilhão na Hypermarcas

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O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) negocia uma participação acionária na Hypermarcas. A negociação, segundo fontes de mercado, gira entre R$ 1 bilhão e R$ 1,5 bilhão. Interessado na consolidação do parque farmacêutico nacional, o BNDES estuda uma forma de fortalecer ainda mais a Hypermarcas para que ela possa manter sua estratégia de compra de ativos no setor e ampliar sua atuação na área de genéricos. O valor de mercado da empresa hoje é estimado em R$ 10,3 bilhões.

 

O chefe do Departamento de Produtos Intermediários Químicos e Farmacêuticos do BNDES, Pedro Palmeira Filho, confirmou que o banco negocia com a Hypermarcas, mas não deu detalhes das tratativas. "Estamos conversando. Teria muito sentido se o BNDES pudesse capitalizar a Hypermarcas para que ela pudesse fazer novas aquisições, inclusive no exterior", disse. Se o negócio for concretizado, será a primeira participação do banco em uma farmacêutica. A BNDESpar poderia ficar com uma fatia entre 10% e 30% das ações da Hypermarcas. Procurada, a farmacêutica preferiu não se pronunciar.

 

Na visão do banco, só a formação de empresas nacionais com faturamento entre R$ 3 bilhões e R$ 4 bilhões pode deixá-las menos vulneráveis às multinacionais. O banco não gostou da venda da brasileira Medley para a Sanofi-Aventis em 2009 e acompanhou com apreensão o assédio da Pfizer ao Neo Química. Como a Hypermarcas surpreendeu e ficou com o laboratório, mantendo o capital nacional, conquistou a simpatia do BNDES.

 

Para Palmeira, o aumento de escala das nacionais é também o único caminho para garantir capacidade de investimento na pesquisa de novos produtos, fator decisivo para a sobrevivência nesse mercado. As maiores nacionais, EMS e Aché, têm faturamento em torno de R$ 2 bilhões e investem cerca de 6% em P & D. "Para o nível da indústria brasileira, é um investimento significativo, mas ainda muito abaixo dos 15% a 16% das gigantes mundiais. Daí a necessidade de consolidação. O jogo farmacêutico não é para peixe pequeno."

 

A notícia vai de encontro a uma reportagem publicada recentemente pelo o DCI em que o presidente da companhia, Claudio Bergamo, afirma que neste ano a Hypermarcas continuará seu ciclo de aquisições. Ele também comenta que o foco será em empresas no segmento farmacêutico que possuam uma alta produção, mas que tenham um faturamento de aproximadamente R$ 2 bilhões.

 


Veículo: DCI


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