Vitopel foca avanço em filme flexível

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Estratégia: Empresa planeja fazer aquisições no Brasil, mas também analisa ativos nos EUA


  
A Vitopel, a maior consumidora de polipropileno da América Latina, planeja investir este ano US$ 55 milhões em uma nova linha de produção para avançar no segmento de filmes flexíveis para embalagens. Os planos da empresa incluem também a compra de ativos dentro e fora do país. "Já estamos analisando ativos nos Estados Unidos", disse ao Valor José Ricardo Roriz Coelho, presidente do grupo.

 

Uma das maiores companhias de terceira geração do setor petroquímico do país, a Vitopel, especializada em filmes flexíveis biorientados, decidiu retomar os planos de expansão, que estavam paralisados desde o segundo semestre de 2008, por conta da crise financeira global. A retomada reflete o bom humor do mercado. Esses investimentos permitirão que a empresa avance sobre segmentos poucos explorados pelas indústrias do setor.

 

"O processo de produção de filmes flexíveis otimiza o consumo de matéria-prima", afirmou Roriz, observando que também há uma forte preocupação com o descarte do material. Segundo ele, as indústrias de consumidoras de embalagens - alimentos e bebidas, sobretudo - também estão priorizando os filmes flexíveis (mais leves) em detrimento dos rígidos.

 

Com faturamento em torno de US$ 300 milhões, a Vitopel é resultado da fusão de três empresas nos anos 90- a Votocel (ex-Votorantim), a Copol (ex-Polibrasil e Shell) e Vitopel (ex-Arcor). O grupo passou a ser controlado por fundos private equity do JP Morgan e Credit Suisse. Roriz também é sócio da companhia, mas não abre a participação. Antes de focar no segmento de filmes flexíveis biorientados, a Votocel fabricava celofane, um derivado da celulose.

 

A nova linha de produção de filmes flexíveis da Vitopel deverá ser instalada em uma das duas unidades da companhia no Brasil. As fábricas nacionais estão localizadas em Mauá, na Grande São Paulo, e em Votorantim, no interior do Estado. Na Argentina, a terceira unidade do grupo está instalada em Córdoba. As três, juntas, têm capacidade para processar 150 mil toneladas por ano filmes flexíveis para embalagens. "Vamos bater o martelo em breve em qual das plantas paulistas os investimentos serão feitos", disse o executivo.

 

A empresa também detém a patente de um papel sintético produzido a partir de plásticos reciclados. O projeto da Vitopel, que exigiu três anos de pesquisas, foi realizado em parceria com a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). O produto está disponível no mercado desde 2009.

 

O mercado externo também está no foco da companhia. Atualmente, cerca de 25% da produção do grupo é exportado. "Os Estados Unidos respondem por 60% dos volumes." A Vitopel tem um centro de distribuição nos Estados Unidos e estuda comprar ativos no país para expandir seus negócios.

 

A estratégia da companhia é aumentar sua competitividade nos mercados interno e externo. As indústrias de terceira geração da petroquímica estão atentas ao movimento de consolidação do setor. "É um movimento global. No Brasil não seria diferente", afirmou Roriz. A criação da "Nova Braskem", por meio da incorporação da Quattor, deixa a segunda geração petroquímica fortalecida, observa o empresário. "O importante para cadeia do setor é ter as indústrias de terceira geração também competitivas", afirmou. Esse elo da cadeia é formado por cerca de 11 mil empresas, boa parte de pequeno e médio porte.

 

Com a criação de uma única empresa de segunda geração no país, as indústrias de terceira geração contarão apenas com duas opções para a busca da matéria-prima: a "Nova Braskem" ou a importação, que atualmente representa cerca de 25% do total consumido de resinas no país.
 

 

Veículo: Valor Econômico


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