Volta do IPI não será repassada de imediato

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Benefício termina no dia 31, mas preço será mantido por 30 a 45 dias

 

O consumidor terá fôlego extra, de 30 a 45 dias, para comprar geladeiras, fogões e máquinas de lavar com Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) reduzido, mesmo que o governo não renove o benefício tributário que termina no dia 31 deste mês.

 

Embora o varejo desta vez não tenha feito grandes estoques preventivos, como ocorreu no fim de outubro, quando o IPI reduzido para linha branca dos produtos de menor consumo de energia foi renovado pela primeira vez, indústrias calculam que, pelas suas vendas, as lojas tenham estoque de até 45 dias de produtos comprados com IPI reduzido para bancar as promoções.

 

Nas lojas do Ponto Frio, do Extra e do Extra Eletro, redes do Grupo Pão de Açúcar, a ordem é manter os preços reduzidos de fogões, geladeiras e máquinas de lavar até o fim dos estoques. Segundo a empresa, o estoque médio da companhia para esse tipo de produto varia entre 30 e 45 dias. Isso significa que as promoções teriam fôlego até meados de março, dependendo do ritmo das vendas.

 

O Walmart é outra grande rede varejista que está disposta a bancar as promoções. A empresa informa, por meio de sua assessoria, que "após o encerramento do prazo da redução do IPI, vamos repassar o benefício até o fim dos estoques".

 

Já as Casas Bahia, que aguardam o sinal verde do governo para se unir ao Grupo Pão de Açúcar, não revelam a estratégia de mercado após o fim do corte do IPI. Nas últimas semanas, a rede é uma das que mais têm usado o IPI reduzido como mote de suas campanhas.

 

A cinco dias de terminar o benefício em vigor desde 17 de abril, o sentimento de indefinição sobre a renovação ou não do IPI reduzido predomina entre os fabricantes de eletrodomésticos da linha branca.

 

Armando Ennes do Valle Jr., diretor de Relações Institucionais da Whirpool e membro da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), aguardava até o início da noite de ontem a confirmação de uma reunião que seria marcada para hoje, em São Paulo, com os assessores do ministro Fazenda, Guido Mantega, para discutir a renovação do corte do IPI.

 

Entre os argumentos que os fabricantes pretendem usar para pressionar pela manutenção do IPI reduzido é o aumento da arrecadação. Enquanto o governo diz que deixou de arrecadar R$ 336 milhões com a queda do imposto, a indústria rebate e afirma que a arrecadação aumentou.

 

O diretor da Whirpool diz que o cálculo do governo levou em conta apenas redução de alíquota e não considerou o crescimento nas vendas. As quantidades vendidas de fogões, geladeiras e máquinas de lavar cresceram 24% em 2009 na comparação com o ano anterior. Antes do corte do IPI, no primeiro trimestre de 2009, houve queda de 4% nos volumes na comparação anual.

 

Nos cálculos de Valle Jr., entre PIS/Cofins e ICMS, o governo arrecadou R$ 479 milhões com a venda de eletrodomésticos com imposto menor e teve um superávit de R$ 142 milhões, descontada a perda de arrecadação com o IPI de R$ 336 milhões, levando-se em conta só a queda da alíquota, de acordo com cálculos do governo.

 

Mesmo que o corte do IPI não seja renovado, a indústria não pretende demitir trabalhadores readmitidos em razão dessa medida. Valdemir Dantas, presidente da Latina, projeta crescimento de 8% da sua empresa em 2010, baseado no aumento de 5% do PIB.

 


Veículo: O Estado de S.Paulo


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