Parmalat discute multa de R$ 11 bilhões

Leia em 2min 20s

O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) começa a analisar uma autuação fiscal de R$ 11 bilhões, incluindo multas e juros, de supostos custos e despesas que o Fisco entende que não deveriam ser deduzidos pela Parmalat em 1999. Esta semana, os conselheiros da 4ª Câmara da 1ª Seção do Carf chegaram a debater o processo, que foi suspenso por um pedido de vista antes que algum voto fosse proferido. A multa envolve a arrecadação de CSLL, Imposto de Renda, PIS e Cofins. A empresa conseguiu cancelar cerca de 90% da multa ao recorrer a uma delegacia da Receita Federal, que reduziu o valor para R$ 1,5 bilhão. No entanto, ao recorrer para o Carf, o Fisco fez com que todo o auto de infração original - envolvendo os R$ 11 bilhões - fosse questionado novamente. A legislação prevê que isso pode ocorrer com recursos envolvendo multas com valores superiores a R$ 1 milhão. Com a correção monetária, o valor representaria hoje R$ 18 bilhões.

 

No auto de infração lavrado em 2004, o Fisco faz cinco acusações à empresa referentes ao ano de 1999 - dentre eles, pagamentos "sem causa", omissão de receita e falta de comprovação da devolução de mercadorias. Destas, uma das mais revelantes é a não comprovação da origem de US$ 300 milhões, que teriam sido recebidos por duas empresas estrangeiras. O advogado José Henrique Longo, do escritório Pompeu, Longo, Kignel & Cipullo Advogados - que atua na defesa da Parmalat em parceria com o Machado, Meyer Advogados -, ressaltou, no julgamento, a discrepância entre o valor do auto de R$ 11 bilhões ante o faturamento da empresa naquele ano, que foi de R$ 1,4 bilhão. Outro dado apresentado pelo advogado é referente à arrecadação de Imposto de Renda pela Receita Federal em 1999, que foi de R$ 12 bilhões, pouco mais do que o valor da autuação imposta à Parmalat. A empresa alega que o entendimento do Fisco desconsidera todos os custos de produção da Parmalat.

 

Longo sustentou ainda, perante os conselheiros do Carf, que um dos motivos para a ocorrência de erros na fiscalização foi a pressa na realização do auto, lavrado 48 horas antes que expirasse o prazo de decadência - limite de cinco anos após a ocorrência do fato. De acordo com a argumentação de Longo, é razoável que seja difícil analisar o grande volume de notas fiscais de uma empresa que conta com 60 mil fornecedores. A empresa defende, inclusive, que o prazo para cobrança de boa parte dos tributos pleiteados pelo Fisco terminou antes da data da autuação. Procurada pelo Valor, a Parmalat esclareceu apenas que a dívida não foi herdada pelos atuais controladores da empresa, a Laep(LC)

 

 

Veículo: Valor Econômico


Veja também

Carne seca na bolacha

A recomendação na Mabel, indústria alimentícia, é não perder nenhum dia de 201...

Veja mais
Tradings 'desperdiçam' parte da alta do açúcar

Aproveitar os preços recordes do açúcar, que chegaram a romper durante a barreira dos 30 centavos d...

Veja mais
Volta do IPI não será repassada de imediato

Benefício termina no dia 31, mas preço será mantido por 30 a 45 dias   O consumidor ter&aacu...

Veja mais
Brasil de olho no mercado árabe

Forte em exportações de carnes e açúcar, País pode explorar outros segmentos, como fr...

Veja mais
Johnson & Johnson

A Johnson & Johnson Medical Companies inaugura, no próximo dia 1º, em São Paulo, o Instituto de I...

Veja mais
Lojas fazem liquidações de início de ano

As tradicionais liquidações de janeiro também estão em alta no setor calçadista, que ...

Veja mais
Redes fazem estoque para últimos dias de IPI reduzido

O consumidor terá um fôlego extra de 30 a 45 dias para comprar geladeiras, fogões e máquinas ...

Veja mais
Varejo de calçados prevê vender até 80% mais

Por causa da média de crescimento acima de 30%, o que significa um faturamento próximo a R$ 2,9 bilh&otild...

Veja mais
Nomes enigmáticos dificultam escolha do novo PC portátil

Equipamentos: Para atender a diferentes perfis de consumo, fabricantes criam produtos como slate e MID   Escolher ...

Veja mais