Impactada pela crise em 2009, a balança comercial de produtos eletroeletrônicos fechou o ano com um deficit maior do que o esperado pelos empresários do setor.
As exportações atingiram US$ 7,5 bilhões e as importações, US$ 25 bilhões, o que resultou em saldo negativo de US$ 17,5 bilhões.
Os resultados foram causados pela grande dependência da indústria brasileira de eletroeletrônicos por insumos importados, segundo Humberto Barbato, presidente da Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica).
"Como o Brasil retomou sua atividade econômica antes dos outros países, o setor teve que elevar as importações de componentes. E no lado das exportações não encontramos mercado com a mesma receptividade para os produtos acabados", afirma Barbato.
Em dezembro, a Abinee previa para o setor exportações de US$ 7,2 bilhões e importações de US$ 24 bilhões.
Para este ano, as expectativas ainda são negativas. "Enquanto o governo não adotar medidas no câmbio para estimular as exportações, a nossa expectativa é a de que o deficit só venha a aumentar. A previsão é que se chegue em US$ 19,5 bilhões em 2010, já que as exportações não devem crescer com os outros mercados ainda em ritmo lento", afirma Barbato.
No ano passado, a participação das exportações no faturamento do setor eletroeletrônico fechou em queda. As vendas para o exterior representaram apenas 12,8% do total faturado pelas indústrias de eletroeletrônicos, ante 14,8% em 2008. O número já minguou cerca de 45% desde 2002.
Veículo: Folha de S.Paulo