A cidade de Cabreúva, a 70 km da cidade de São Paulo, vai abrigar o maior centro de distribuições da Avon no mundo. A empresa, que tem no Brasil o segundo mercado em faturamento e a maior força de vendas global, vai investir US$ 150 milhões para construir o centro em 70 mil m². O presidente da empresa no Brasil, Luis Felipe Miranda, diz que a maior parte do desembolso será feita com tecnologia em logística.
As obras começam no início de 2009 ano e devem se estender até o primeiro trimestre de 2010, quando entrará em ação o processo de instalação de equipamentos. A idéia é colocar o centro em operação na segunda metade de 2010. Miranda diz que 70% da distribuição nacional sairá de Cabreúva, onde a área de 267 mil m²permitirá futuras ampliações.
Embora não indique quando ou quanto, Miranda afirma que a empresa vem fazendo investimentos freqüentes em capacidade de produção, devido à grande demanda no país, onde operam 1 milhão de revendedoras autônomas. Daí a necessidade também de ganhar agilidade e eficiência na entrega de produtos, que hoje levam de 3 a 4 dias dependendo da localidade.
A busca por eficiência vai pontuar também os investimentos que a empresa pretende fazer no segundo semestre de 2009 para expandir e modernizar seus outros dois centros de distribuição: em Salvador (BA), que responde por 20% da distribuição nacional, e em Fortaleza (CE), que encaminha os 10% restantes.
Para dar esse grande passo em Cabreúva, anunciada pela Avon na sexta-feira, seu presidente vai desativar seu centro de distribuição que funciona em Osasco, em área alugada de 70 mil m, onde trabalham 1.700 funcionários. Miranda diz que não sabe ainda quanto dessa força de trabalho poderá ser aproveitada em Cabreúva, que terá 1.300 pessoas na folha de pagamento. Afirma que a empresa trabalha desde o início do ano em um plano de recolocação de funcionários.
Cabreúva foi escolhida pela localidade estratégica: próxima de São Paulo, Campinas, Jundiaí e Sorocaba e de fácil acesso a rodovias importantes como Bandeirantes e Anhanguera.
A Avon não divulga os números de suas operações, mas informa que continua crescendo a taxas de mais de dois dígitos no Brasil e "acima da média de mercado". Conforme dados da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, o setor tem registrado nos últimos quatro anos crescimento médio de 13%.
As perspectivas para o Brasil continuam bem positivas. O avanço do emprego e da renda no país tem permitido crescimento uniforme em todas as linhas de produtos da empresa, da mais barata a mais cara. Tal comportamento, segundo Miranda, se deve à "democratização da beleza" que a empresa julga estar promovendo, ao vender produtos de alto valor agregado a preços abaixo do mercado, como no caso de itens de tratamento facial anti-idade, cujo carro chefe é a linha Renew.
O destaque para o Brasil aumenta na medida em que os Estados Unidos, onde a Avon tem seu maior faturamento, já é bastante maduro como mercado consumidor e está agora em meio a uma grave crise econômico-financeira.
Portanto, a expansão nos Estados Unidos, que já é mais modesta, pode ficar ainda menor. O executivo afirma que a distância entre os faturamentos dos EUA e do Brasil tem diminuído.
Veículo: Valor Econômico