Pernas à mostra, mas com meias

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Fabricantes ampliam a produção para o inverno e reajustam os preços em cerca de 5%


 
Pernas à vista. É o lema do inverno 2010, de acordo com os lançamentos das semanas de moda nacionais, que decretaram o reinado de shorts, vestidos e saias curtos. E para cobrir as pernas - e embelezá-las - a indústria de meias preparou um arsenal de lançamentos, que começam a chegar às lojas no próximo mês. Entre as peças mais ousadas estão as meias de renda e as feitas de lurex - com textura brilhante. Há também modelos feitos com padronagem xadrez, de onça, de tweed, além de meias opacas de tons coloridos e as com estilo arrastão, com a trama mais ou menos aberta.

 

De acordo com Valquírio Cabral Júnior, diretor comercial da Lupo, as meias colantes - termo técnico para meias-calças - são uma aposta forte da empresa. "A produção do segmento foi ampliada em 20%", diz Cabral. No ano passado, a linha já tinha tido um crescimento de vendas, em reais, de 46%.

 

Para 2010, a expectativa é de mais uma expansão de 25%. "Atualmente, elas representam 35 % da produção da empresa." Esta nova coleção, em geral, teve um reajuste de preço em torno de 5%. A Lupo fechou o ano de 2009 com R$ 455 milhões em faturamento. com um crescimento de 19,5% em relação a 2008.

 

A nova linha de inverno, diz o executivo, é a mais bonita e mais extensa já criada pela Lupo. "O uso de meia-calça é impulsionado mais pela moda que pela queda da temperatura", afirma Cabral. E é com os ditames das tendências que a Lupo conta, neste momento.

 

A empresa, que tem produção própria de 94 milhões de peças por ano, importou 700 mil pares de meias rendadas da Itália, divididas em quatro modelos. "Elas prometem ser uma das vedetes do próximo inverno." A renda já é tendência na Europa. A opção pela importação é devida ao processo de confecção dos artigos, que requerem outro tipo de maquinário.

 

Vale lembrar que, segundo rege a cartilha do bem-vestir, as meias-calças rendadas e a arrastão não são indicadas para combinar com roupas de trabalho pois têm um apelo sexy e se harmonizam melhor com produções para a noite.

 

Os artigos confeccionados com lurex também têm cara festiva e não profissional. Os modelos coloridos ou estampados até podem freqüentar o ambiente corporativo, desde que ele seja informal. Do contrário, a meia-calça preta e a transparente continuam reinando. E para ficar com tudo combinando, vale a regra: meias com muita textura ou estampas pedem roupas básicas. Assim, destaca-se às pernas e o visual não fica poluído.

 

As meias de renda com desenhos geométricos e florais, além dos xadrezes, são os principais lançamentos da Trifil e da Scala para o inverno 2010. Ambas fazem parte do grupo Scalina, que produz meias-calças em duas fábricas em Guarulhos, na grande São Paulo. O Scalina fabrica desde o fio e a tecnologia para fiação até a peça pronta, que é embalada e direcionada ao consumidor final.

 

Apesar de investir em pesquisas de moda, antes de idealizar as novas coleções, a empresa pode fazer ajustes nos produtos, mesmo durante a estação. Tudo depende, diz Marcos Giantaglia, gerente de marketing de Trifil e Scala, dos desejos da cliente da marca. Os produtos Scala chegam ao consumidor por meio de uma rede de franquias: são 78 lojas, nos principais shoppings do país. "Temos previsão de abrir mais 20, em 2010." Além das butiques, os produtos são encontrados em multimarcas. Os artigos da Trifil são distribuídos para hipermercados e magazines, além do varejo multimarca.

 

De acordo com Giantaglia, o crescimento esperado, em volume e em faturamento, é de 20% em relação ao inverno de 2009. Quanto aos preços para o consumidor final, o executivo esclarece: "As meias-calças femininas ´de moda´, como as de renda ou de fios especiais, como o lurex, custam mais que as meias básicas. Na média houve 6% de acréscimo."

 

A Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT), informa que o mercado nacional produziu 742,3 milhões de pares de meias e acessórios em 2008, o que equivale a US$ 1,3 bilhão. Segundo o diretor comercial da Lupo, o mercado brasileiro produz, por ano, 60 milhões de pares de meias-calças. Este segmento de meias-calças movimenta cerca de R$ 450 milhões por ano no Brasil.
 

 

Veículo: Valor Econômico


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