Pan-Americana planeja dobrar produção

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Em um momento de aperto internacional de liquidez, dispor de recursos próprios para investimentos é garantia de realização do planejamento estratégico. É o que está fazendo a Pan-Americana S.A. - Indústria Químicas, empresa carioca que está anunciando, em meio à crise financeira, investimento de R$ 20 milhões até 2010. Os recursos serão usados para ampliar em 30% a capacidade de produção de potassa cáustica, cloro, carbonato de potássio, soda cáustica e outros derivados de cloreto de potássio e de cloreto de sódio. As duas unidades da empresa, instaladas no município do Rio, serão ampliadas, passando do total de 100 mil para 130 mil toneladas anuais. A previsão é elevar o faturamento de R$ 200 milhões em 2007 para cerca de R$ 300 milhões, em 2010. 

 

"Vamos investir com recursos próprios e com crédito dos fornecedores de equipamentos", disse Carlo Cappellini, presidente da empresa. Segundo ele, após a expansão, a empresa, de controle familiar, pretende abrir o capital. Carlo é filho de Patricio Cappellini, engenheiro-químico italiano que chegou ao Brasil em 1948, fugindo dos dias difíceis do pós-guerra europeu. Trazia debaixo do braço uma tecnologia recém-patenteada para produção de sulfeto de sódio e, com ela, fundou a Pan-Americana no lote nº 1 do também recém-criado distrito industrial de Fazenda Botafogo, bairro de Honório Gurgel, na zona norte do Rio. Hoje, a empresa tem 350 empregados próprios e mais 150 terceirizados. 

 

"Não temos dependência de crédito. Pensamos que nos próximos meses vamos ter dificuldades para descontar as exportações. Vamos esperar a duração da crise para saber se vai nos afetar", disse Cappellini. Aos 60 anos, a Pan-Americana é praticamente a única fornecedora no país e tem 60% do mercado latino-americano de potassa cáustica, resultado do uso intensivo de energia elétrica sobre o cloreto de potássio, usada na produção de defensivos agrícolas especiais (herbicidas), sabonetes para peles delicadas e também como catalisador para biodiesel e até na perfuração de poços de petróleo. A produção é de 60 mil toneladas anuais. 

 

O cloreto de potássio é todo importado da Alemanha (5.000 toneladas/mês) e, segundo Cappellini, o fornecimento para expansão da capacidade produtiva já está assegurado, embora nos últimos seis meses o preço da matéria-prima tenha registrado aumento vertiginoso. "Como nossos clientes estão aumentando o consumo de sais de potássio, praticamente iremos expandir a capacidade sem saber o preço futuro" . 

 

Na linha de potássio, a empresa produz também, entre outros derivados, o carbonato de potássio, usado na produção de vidros e de fertilizantes. Já na linha de derivados do cloreto de sódio, adquirido nas salinas do Nordeste do Brasil, a empresa produz, principalmente, o cloro, utilizado no tratamento de água potável (principal fornecedor do Rio de Janeiro) e na indústria petroquímica (PVC e MDI, principalmente), o ácido clorídrico, usado como reagente químico, e a água sanitária concentrada (hipocloreto de sódio). 

 

No distrito industrial de Santa Cruz, também na capital fluminense, a empresa possui uma fábrica de resinas e de policloreto de alumínio, usado na decantação de sujeiras da água. Entre as resinas, a empresa é, segundo Cappellini, a maior fornecedora mundial de matéria-prima para a produção de esmalte para unhas, produzindo cerca de 50 toneladas mensais. 

 

Com a desvalorização do dólar, a empresa vinha perdendo mercado para chineses e sul-coreanos. Menos mal, de acordo com o empresário, que o produto representa menos de 1% do faturamento da empresa. Mesmo assim, ele espera que o recente fortalecimento da moeda americana favoreça uma retomada das vendas. 

 

Veículo: Valor Econômico


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