O varejo fechou o ano passado com um aumento de 5,9% nas vendas em relação ao ano anterior, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação entre dezembro de 2009 e o mesmo mês de 2008, as vendas tiveram alta de 9,1%. Já na comparação com o mês anterior, as vendas tiveram queda de 0,4%. Outro indicador importante é o da Nielsen, de que o setor de bens de consumo no Brasil deve ter uma expansão de pelo menos 4% em 2010, quase o dobro da registrada em 2009 (2,2% sobre o ano anterior).
Com base no resultado do IBGE, a economista do banco Santander Luíza Rodrigues, avalia que há expectativa de crescimento de 5,5% para o setor neste ano. Para ela, o resultado deve ser visto como acomodação provocada pela desaceleração da massa salarial, observada no fim do ano passado, e a elevação do preço dos alimentos, que pode ter afetado as vendas em supermercado, em que junto das vendas de produtos alimentícios, bebidas e fumo - grupo com maior peso na pesquisa mensal de comércio do IBGE -, caíram 0,8% em dezembro de 2009 em relação a novembro.
O técnico da coordenação de comércio e serviços do instituto, Reinaldo Pereira, concorda com a economista do banco espanhol, e diz que houve uma acomodação no desempenho do segmento, após cinco meses de alta. O segmento do varejo com o melhor desempenho no ano foi o de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria, cujas vendas avançaram 10,7% em dezembro, acumulando no ano uma expansão de 11,8%. Equipamentos e Materiais para Escritório, Informática e Comunicação, categoria que inclui celulares e computadores e vem sendo nos últimos anos um dos segmentos de maior expansão, teve em dezembro um crescimento de 3,7%, fechando o ano em +10,6%. "Em dezembro de 2008, as vendas do setor haviam crescido 35,6%, mas mesmo com essa forte base de comparação o setor continua em grande expansão", comenta Goes.
No acumulado de 2009, as vendas de hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo aumentaram 8,3% ante o ano anterior, resultado acima do varejo total (5,9%) no período. Já o fim do incentivo fiscal para a linha branca, na opinião da economista do Santander, tem influência menor sobre o resultado.
Veículo: DCI