Cosméticos e algodão não devem ser prejudicados

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Alguns itens terão impostos até 92% mais caros do que atualmente

 

Dificilmente os cosméticos ficarão mais caros no Brasil. É o que afirma o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), João Carlos Basílio da Silva. “Os cosméticos americanos chegarão ao país com um imposto mais caro, mas isso não muda em nada o preço dos produtos brasileiros.”

 

Para o presidente, a situação é favorável para o país, já que os produtos nacionais tentarão ocupar o espaço dos americanos.  Segundo a lista divulgada hoje pelo governo brasileiro, os cosméticos americanos passarão a entrar no país comimposto dobrado. Hoje taxados a 18%, passarão a 36%.

 

A associação apoiou o governo. Recebeu a lista antes de sua divulgação e aconselhou mudanças. “Alguns itens, como o gel que utilizamos para fabricar absorventes femininos e fraldas infantis, foram retirados”. Como não há similares no Brasil, a produção seria prejudicada. Xampus, cremes, dentifrícios e perfumes devem ficar até 70% mais caros.

 

Há mudanças tambémpara a indústria têxtil. Os derivados de algodão tiveram taxação até 92% mais alta do que a atual. Mesmo assim, segundo o diretor superintendente da Associação Brasileira de Indústria Têxtil (Abit), Fernando Pimentel, não trará grandes prejuízos à indústria brasileira. “A importação de produtos têxteis americanos em 2009 foi de apenas US$ 31 milhões. Isso é muito pouco”. A quantia representa 4 mil toneladas de tecido, mas apenas 15 toneladas de algodão. Isso porque segundo Pimentel, o Brasil normalmente só importa algodão de fibra longa, para fiar e re-exportar.

 

Procurada pelo BRASIL ECONÔMICO, a Calvin Klein, grande varejista de jeans, não quis se pronunciar. Além da Calvin Klein, a reportagem procurou também a Loreal Brasil e a Levi´s, que também não quiseram dar entrevistas.

 

O brasileiro corre um certo risco de ver produtos finos minguarem das prateleiras dos supermercados. Associações do setor, fabricantes e importadoras de alimentos, no entanto recusaram-se a comentar a decisão de retaliação. A Aurora, tradicional importadora, afirmou ser cedo demais para comentar o assunto. A sobretaxa entra em vigor em 30 dias e o governo americano pode apresentar uma proposta ao Brasil. A La Pastina, que só importa uvas passas da Califórnia, disse que o volume vendido do produto é baixo e não impactará seus negócios.

 

Veículo: Brasil Econômico


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