Um novo ambiente para comprar

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Depois de começar a se interessar por produtos mais saudáveis nas visitas aos supermercados, o consumidor brasileiro aos poucos passa a se preocupar também com aspectos ambientais na hora de comprar. E tanto o varejo quanto a indústria já perceberam essa tendência. Não faltam, por exemplo, campanhas para incentivar o uso de sacolas retornáveis no lugar das plásticas (leia mais na página 3), mas agora as empresas vão além: grandes redes de supermercados fazem parcerias com fabricantes para que cheguem às gôndolas produtos desenvolvidos conforme conceitos de economia sustentável, com conteúdos mais concentrados e embalagens de tamanho menor.

 

Um bom exemplo desse tipo de ação é o programa "Sustentabilidade de ponta a ponta", lançado no início deste ano pela rede varejista Walmart com apoio de fornecedores. Partindo da análise do ciclo de vida de seus produtos – da matéria-prima ao descarte – nove grandes indústrias parcerias do projeto, entre elas Cargill, Coca-Cola Brasil, Unilever e Johnson & Johnson, alteraram significativamente alguns itens do seu portfólio, de modo a diminuir seus impactos socioambientais.

 

Toda cadeia – As diferenças, de acordo com o gerente de sustentabilidade do Walmart, Yuri Feres, vão desde a redução ou mudança do tipo de embalagem e da matéria-prima usada (para itens recicláveis ou certificados), até a redução no consumo de energia e água na produção e dos resíduos sólidos gerados.

 

Um dos exemplos é o amaciante de roupas Comfort, que ganhou uma versão menor e mais concentrada, com conteúdo equivalente ao da embalagem tradicional. A fabricante Unilever reduziu em 37% o consumo de plástico para a embalagem do produto.

 

A experiência no Walmart mostra que os consumidores têm recebido bem a ideia. A designer de interiores Júlia Miranda, que se declara "dona de casa nas horas vagas" testou e aprovou o novo Comfort. "Pelo que pude perceber, o amaciante da embalagem pequena rende até mais que a de dois litros. E custa menos", afirma. Mas ela lamenta o fato de as pessoas ainda resistirem à mudança. "Parece que muitos ainda preferem as embalagens maiores, acho que é uma questão cultural", acrescenta.

 

Outro caso interessante é o do Band-Aid em caixa menor. A iniciativa da Johnson & Johnson garantiu economia de 18% no uso de matérias-primas para a embalagem. E os ganhos vão além, de acordo com o gerente de desenvolvimento de negócios da empresa, Julio Gomes. "Usamos menos material e ajudamos a reduzir o volume de resíduos nos aterros. E ainda é possível transportar mais caixas em menos caminhões, o que diminui a emissão de gases pelos veículos", destaca.

 

Já no caso do chá Matte Leão, a mudança foi na cor: na troca da embalagem laranja por outra branca com apenas as letras em laranja, a fabricante Leão Junior economizou 90% em tinta.

 

Sacolas – Outras redes supermercadistas também apostam no conceito de sustentabilidade, com diversos projetos. No Pão de Açúcar, por exemplo, os clientes que levam as sacolas de casa ganham pontos que, acumulados, podem ser trocados por produtos.

 

Segundo o diretor de Relações Corporativas e Responsabilidade Socioambiental do grupo, Paulo Pompilio, para ser ecologicamente correta uma empresa precisa incentivar o consumidor a ter um comportamento diferenciado. "Um produto não é sustentável só porque tem uma embalagem que foi reciclada. É preciso fazer mais", diz. Ele cita a loja verde, modelo de unidade do Pão de Açúcar que utiliza 100% de energia proveniente de fontes renováveis. "Além disso, 20% da reciclagem do estado de São Paulo vem dos nossos postos de coleta."

 

Valores – Os preços dos produtos nos supermercados, em alguns casos mais altos, podem limitar a expansão dos conceitos de sustentabilidade no Brasil. Mas já há muitos consumidores que veem mais longe e aceitam pagar mais por um benefício a longo prazo. O analista de sistemas Eduardo Luiz Nunes Ribeiro é um deles. "Estou disposto a contribuir para a preservação da natureza", afirma. "Não me importo em gastar mais se a questão for a saúde do planeta", diz a dona de casa Ana Palmer, cliente do Walmart de Alphaville. "Hoje, há muitas opções, basta que as pessoas saibam escolher. Eu, por exemplo, não uso mais sacolas de plástico e guardo as compras em caixas de papelão, que uso várias vezes", conta.

 

Mas existem casos em que os itens ecologicamente corretos custam menos que os tradicionais. Um dos motivos é a redução de gastos com embalagens, energia e água. É o que ocorre com o sabão em pedra Top Max, marca própria do Walmart. O produto tem em sua composição 20% de óleo de cozinha reciclado, o que possibilita reduzir o custo para o consumidor final nesse mesmo percentual.

 

Paus, pedras e explosões

 

Aintifada, ou levante, seria uma reação dos palestinos à ocupação israelense na Faixa de Gaza e Cisjordânia. A primeira escalada de violência ocorreu em 1987, quando a população palestina lançou paus e pedras contra soldados israelenses nos territórios ocupados.

 

A segunda intifada - que começou depois que os palestinos recusaram uma proposta de paz de Israel, em 2000 - foi mais violenta. Na ocasião, suicidas palestinos lançaram diversos ataques em Israel, com o objetivo de atingir o maior número de israelenses possível.

 

Veículo: Diário do Comércio - SP


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